sábado, 20 de agosto de 2011

Agricultura: FGV foi usada para fraudar uma ‘licitação’




Ao demitir-se da Esplanada, o pemedebê Wagner Rossi preencheu com sua ausência uma lacuna na pasta da Agricultura.

Ficou a sensação de que o governo Dilma Rousseff livrou-se de uma encrenca. Falso. Foi-se a causa, ficaram as consequências.

Os repórteres Andreza Matais e José Ernesto Credencio produziram uma notícia que leva ao caldeirão da Agricultura uma novidade.

O caldo de suspeições, já pegajoso, ficou ainda mais viscoso. Descobriu-se que o bom nome da FGV foi usado indevidamente numa pseudolicitação da Agricultura.

A coisa envolve um contrato assinado pelo ex-ministro Rossi em agosto do ano passado. Contratou-se a Fundasp, fundação mantenedora da PUC de São Paulo.

Ao preço de R$ 9,1 milhões, a PUC se dispôs a treinar servidores. Já desceram à caixa da universidade católica R$ 5 milhões.

Até aqui, sabia-se que os documentos que levaram à contratação da PUC haviam sido preparados por um lobista chamado Júlio Fróes. Algo já admitido pelo ministério.

“Doutor Fróes”, como o chamam na Agricultura, é aquele sujeito que dispunha de sala no ministério, trançava negócios e distribuía dinheiro a servidores.

O que se descobriu agora é que há no processo uma proposta atribuída à FGV. O papelório é fornado. A assinatura, falsa.

Antonio Dal Fabbro, o funcionário da FGV que aparece na peça do ministério como signatário declarou: "É um documento apócrifo e minha assinatura foi falsificada."

Grudado aos papéis falsos da FGV há um fax requisitando a pseudoproposta. Assina-o o servidor Felipe de Sousa Freitas.

A FGV informa que jamais recebeu a requisição da Agricultura. O número que aparece no documento é de um telepone comum, sem fax.

Ouvido, o servidor Felipe disse que não lembrar se mandou ou não o fax à FGV. Num primeiro instante, tentou negar que a assinatura fosse sua. Depois, admitiu que assinou.

Os repórteres apuraram que Felipe rubricou o documento a mando de Karla França Carvalho. Vem a ser a atual chefe de gabinete da secretaria executiva do ministério.

Procurada, a contratada expediu uma nota. Escreveu que o contrato é legal e “vem sendo executado com o rigor técnico acadêmico que é próprio da PUC-SP."

No texto, a PUC negou que tenha sido representada no ministério pelo lobista Júlio Fróes. Curioso, muito curioso, curiosíssimo.

Na versão da Agricultura, “doutor Júlio” só havia passado pelo ministério porque era o representante da PUC.

Denunciado por Israel Batista, ex-chefe da comissão de licitações do ministério, o caso virou inquérito da PF no início da semana. Querendo apurar, matéria prima não vai faltar.

Em nota, o ministério informou que irá colaborar com os investigadores. Ah, bom! As informações são do jornalista Josias de Souza.

Um comentário:

RIETE disse...

A sujeira tá muito grande. Sempre houve corrupção nos governos . entretanto de uns tempos para cá, devido a impunidade que impera e a riqueza do pais, os políicos estão "metendo a mão com muita força".

Isso está acontecendo nos municípios, principalmente os que tem Royaltes do petróleo, nos Estados e também no governo federal.

Desde à época de LULA, Presidente do Brasil, fase dos MENSALÕES e outos, ninguém foi preso, ninguém devolveu o dinheiro do povo e agora a sacanagem continua a mesma.

Isso vai ficar até quando pessoal? A sociedade organizada Tem que ir para as ruas protestar.

Na cidade do Rio de Janeiro, através de sites de relacionamento, um grupo de mulheres indignadas com a corrupção desenfreada, estão convocando as pessoas a irem para a frente da Candelária,não sei especificar a data, para protestar contra essa praga que é a corrupção.

Esses políticos safados e seus grupos, se acham donos do dinheiro público e quando a população honesta questiona, ainda ficam fazendo ameaças, torcendo o nariz. Cambada de ladrões do dinheiro do contribuinte.