sábado, 20 de setembro de 2008

LEI SECA: FISCALIZAÇÃO DIMINUI E REDUÇÃO NO NÚMERO DE MORTES ESTACIONA.

O balanço que será divulgado na segunda-feira pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) sobre os noventa dias da Lei Seca é preocupante. Em comparação com o mesmo período de 2007, o número de mortes e acidentes fatais nas rodovias federais continua em queda. Mas ela já não é tão acentuada quanto nos primeiros dois meses da lei. A redução do número de mortes era de 11% até 20 de agosto. Hoje, o porcentual é de 8%. O total de acidentes fatais seguiu o mesmo diapasão: há trinta dias o porcentual de queda era de 14% em relação ao mesmo período de 2007. Agora, a redução foi para 10%.

A perda de eficácia da lei é conseqüência direta do afrouxamento da repressão. Se a tropa de bafômetros não for para as ruas, a lei virará letra morta. Para a PRF, a culpa é dos órgãos de trânsito municipais, que estariam relaxando na fiscalização nas zonas urbanas. Ela sustenta que esses motoristas flagrados bêbados nas estradas consumiram álcool dentro das cidades e não foram apanhados antes de chegar às rodovias.

FONTE- BLOG DO NOBLAT.

OPINIÃO DO BLOG

Receio que aconteça com a lei seca o mesmo que aconteceu com o Código de Trânsito. No início de sua vigência, as multas eram aplicadas com rigor e afinco. O resultado era uma redução no número de acidentes, pois os motoristas, receosos com as multas, reduziam a velocidade. Entretanto, os políticos com receio de perderem votos, foram, aos poucos, desligando os pardais.

Com a lei seca o fenômeno é o mesmo. A redução na fiscalização está fazendo com que os motoristas que dirigem bebendo ou bêbedos possam continuar sendo armas letais.

Cláudio Andrade.


Um comentário:

Anônimo disse...

Cláudio,
O problema da proibição é que ela supõe erros de conseqüência, nunca das causas. Ou seja, debatemos as conseqüências, quase sempre. O povo, sempre. E você parece comungar com isso. Discuta a questão da velocidade dos carros. Se em todo território nacional o limite máximo de velocidade é de 110 km/h, então, como se permite a fabricação de veículos com potência e velocidade muito acima disso?

É proibido fumar (hoje), mas a fabricação do fumo é permitida?

A questão é muito mais profunda que a aparência. Os assasinatos provocados por motoristas não são considerados assasinatos. Por que? Não há mais lugar para veículos nas cidades médias e grandes. Então, por que a liberação do crédito em até 80 meses para a aquisição de veículos? Sabemos porque, pois não se pode tirar os empregos dos metalúrgicos e os investimentos das montadoras. Então, gastamos o que não podemos para melhorar o sistema viário e permitimos o aumento astronômico de veículos nas ruas. Não é um contra-senso? Mas preferimos raciocinar sobre as conseqüências. É mais cômodo. Até porque não estamos acostumados a re-fletir.