quinta-feira, 13 de outubro de 2011

A Via Crucis de uma advogada no setor público

 
 
Concordo com grande parte do que foi dito pela Secretária. No entanto, cada um tem suas considerações a fazer. Trabalho na Prefeitura desde agosto de 2004. Enquanto trabalhava, minha sala sofreu um curto circuito em 2006, e as portas davam choque. Tenho em casa um laudo da defesa civil à época que eu solicitei que fosse feito, e um do CCZ acerca da qualidade da água que a gente bebia na escola, que acusa a contaminação, sendo a mesma imprópria para uso. Fui perseguida pela diretora que chegou a me retirar de sala de aula, e, em uma reunião de professores, falou abertamente que eu não sabia dar aulas. Fui insultada, perseguida, humilhada, sem nunca ter sequer me envolvido com nada a respeito de política, e nem sequer demonstrar nenhuma afeição a nenhum partidou ou político. Tenho até hoje tais reuniões gravadas em mp3. 
 
Sou advogada, pós graduada em psicopedagogia e em direito penal. Minha diretora à época, não sei se tinha ao menos o nível superior, mas falava tudo errado, escrevia errado... Quando às vezes precisava chegar atrasada 15 minutos, as auxiliares de secretaria, a Orientadora Pedagógica, e vice-diretora, até a animadora cultural diziam que não podiam ficar com a turma este tempo, e faziam o mesmo com minhas colegas, e as crianças tinham que ficar no portão, do lado de fora, aguardando o professor chegar, e, caso não chegasse, as crianças tinham que ir para casa.
 
O material escolar não era escasso, ele não existia!!! Folhas, a gente tinha que comprar. MAtriz, quando tinha, não prestava. Lápis, quando tinha, era todo quebrado por dentro; a gente fazia ponta até ficar cotó, sem conseguir usar nada. A massinha era estragada, esfarelava toda. Enfim, do meu miserável salário era que eu tinha que tirar para custear qualquer material. Comprei uma máquina de xérox para preparar as atividades dos meus alunos, com meu mísero salário. Aprendi a recarregar o cartucho para economizar. 
 
Parte do meu salário era para custear atividades e material para uma turma superlotada de 40 alunos. Imagine, 40 a 80 folhas por dia!!!!! Mais tinta, mais lápis de cor, lápis, borracha,apontador... Era muito difícil, eu só não desisti porque na rede privada é pior, porque vc rala pra caramba pra ganhar menos de 700 reais; aí, acho que é ainda pior. Minha sala, quando chovia, a gente não podia encostar na parede e porta, porque dava choque, porque a instalação elétrica estava comprometida. 
 
O chão era esburacado, de cimento grosso; a lâmpada não funcionava por causa do curto circuito. Sofri muito... E, ao final, fiquei sabendo pela vizinha da escola que havia sido publicado, um ano antes daquele dia, a liberação de uma verba altíssima para a reforma da escola, que nunca, até o dia de hoje, nunca foi realizada, cujo jornal tenho guardada a cópia, que fiu pesquisar quando soube, ou seja, desde 2005 até 2011 nunca foi realizada. Pra onde foi este dinheiro? Não sei, mas o governo anterior com certeza deve saber. Fato é que, com relação ao Plano de Cargos, embora eu acredite que o auxiliar de secretaria esteja incluso nele, já que a Lei fala em todo o quadro de pessoal da Secretaria de Educação, e o Auxiliar de Secretaria faz parte deste quadro, acho justo que apenas o professor com turma seja beneficiado, pois pior do que estar em sala de aula não tem; tanto é que o nosso tempo de aposentadoria é diferenciado, pois a atividade é quase que insalubre... Eu, como professora, também não consegui bolsa para faculdade, pois tentei faze faculdade na área de educação; queria me formar em Letras, mas, o meu salário não dá pra pagar, e a prefeitura me negou no governo anterior, mesmo sendo servidora, professora, e estando em sala de aula. Neste governo, confesso que nem tentei. 
 
Agora, com relação àquelas ignorantes e grossas que hoje atuam na SMEC, também tenho que concordar. Recentemente fui recorrer da não concessão do enquadramente, e teve uma lá que até língua mostrou pra mim quando eu disse que estava alí pra recorrer. No entanto, na administração do governo anterior, não era diferente. Todos os documentos que comprovavam a perseguição que eu estava sofrendo, apresentei na smec, inclusive laudo da defesa civil, requerendo urgente reforma da escola, e o que fizeram foi marcar uma mesa redonda comigo lá, com todos os chefes de setores, secretária da escola, diretora, vice e OP, para me detonarem. Saí de lá sem palavras. Minha sorte foi que minhas colegas professoras e a comunidade fizeram um abaixo assinado para que eu retornasse para a turma, e cobraram isso da diretora, que não teve outra saída sem ser fazê-lo. Diante disto, a única coisa que posso dizer é que, na Educação, nada mudou. 
 
A Chefe do Departamento Pessoal nem gosta de atender o público. Está sempre desmarcando os atendimentos nos dias dos atendimentos. Mas, uma coisa tenho que reconhecer também: a prefeita se preocupa conosco. Ela não tem como controlar tudo, nem saber de tudo, pois só Deus é onipresente e onisciente, e ela confia nas pessoas que colocou em cargo de chefia. O problema foi que ela escolheu mal. 
 
Na educação então, um grande erro foi manter na chefia da supervisão, aquela senhora que está lá desde governos anteriores, e que trata todo mundo mal; até as funcionárias da própria secretaria reclamam dela. O dia que um político abraçar nossa causa, fom em escola por escola, conquistar nossa confiança e trabalhar por nós, será reeleito quantas vezes se candidatar. 
Mas ninguém abraça nossa causa. Se preocupam tanto com os médicos, área de saúde... mas professor... nunca se lembram de nós, nem dos profissionais da educação. Até a Vereadora do PT, que eu pensei que pudesse fazer alguma coisa.. Aquele que ela substituiu sim, este tentou, mas infelizmente morreu, e o que ele iniciou ficou com ele. Assim, gostaria de dixar aqui minha insatisfação, esclarecendo que o problema na educação não se deu neste governo que priorizou nosso plano de cargos, mas desde o governo anterior que já não fazia nada, e, além de não fazer, ainda tirava de nós tudo o que podia.
Meu nome é Diana. Sou professor II.

Acontece que o moderador do blog não publicou meu comentário. Olha, eu tomei o maior cuidado para não ofender ninguém, não colocar nenhum nome, não comprometer ninguém. Enfim, não vejo razão para a não publicação. Teria como você fazer justiça a esta simples professora? Afinal, as moédas sempre têm 2 lados não é verdade? Como professora, tinha que expressar a minha versão dos fatos.
 
Desde já lhe deixo meu muito obrigada!
Att,
Diana
advogada

6 comentários:

Anônimo disse...

ai Claudio,
a pauta do TRE é pinto para a pauta do TSE hoje
PROCESSO: AI Nº 431434 - Agravo de Instrumento UF: RJ
PROCESSO: AI Nº 120223 - Agravo de Instrumento UF: RJ
confira lá.
anônimo

Pedro disse...

i, acabei de ver na pauta de hoje do TSE, é aquele processo de Ilsan que ia sair naquela semana da cassação da prefeita. http://www.tse.gov.br/internet/home/julgamento_blank.htm coloquei a data de hoje na pauta do dia

Anônimo disse...

Concordo a professora que postou sua indignação.
Em todas as escolas o comentário é sempre o mesmo, a falta de educação dos profissionais que atuam na Secretaria de Educação.
Uma instituição com este nome ter profssionais tão mal educados que pensam que são deuses e olham todos que chegam lá como se fossem lixo.
Parece que estão fazendo favor para as pessoas quando na verdade elas que estão sendo favorecidas, pois estão todas desviadas de função, quando na verdade deveriam estar na sala de aula, mas isso elas não querem e se escoram nos seus padrinhos políticos.

Anônimo disse...

Tenha santa paciencia, dizer que os culpados pela educação de má qualidade que temos em nosso municipio são os governos do passado e os funcionarios da SMEC que se perpetuam mesmo apos mudanças de governo e defender o indefensavel. Professora faça uma pesquisa entre seus colegas de prefeitura e pergunte a eles se eles vêem alguma diferença de Arnaldo, Mocaiber e rosinha no trato com Educação e Saude.

Anônimo disse...

Ai,Doutora Diana,vai ser advogada do casal,se saiu muito bem na defesa.(ou será que é tão ruim advogada quanto é professora e não passou na prova da OAB?)E precisa mesmo fazer uma faculdade de Línguas porque escreve muito errado para uma educadora.Se é tão imparcial e não depende de políticos,assine o nome todo,mostre o registro da OAB,fale o nome de sua escola.Eu possso ser anônimo,não estou falando do público.

Fantasma disse...

O anônimo das 10:54 é um pândego! Quer a identidade dos outros mas esconde a sua!
Tô de olho no senhor!
Valeu Advogada e professora Diana!