sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Estado e milícias: quem gostou da viagem de Marcelo Freixo?



O Deputado estadual do Rio de Janeiro Marcelo Freixo deixou o país a convite da Anistia Internacional. O convite em comento é a prova concreta de que o poder paralelo avança de forma organizada, e seus partícipes torturam jornalistas, matam magistrados e ameaçam parlamentares que optam por tentar, mediante uma luta inglória desbaratar o esquema sistêmico que vigora dentro das organizações constituídas dos entes federativos. 

As milícias estão cada vez mais entranhadas no tecido administrativo dos poderes de segurança. Para que as mesmas possam crescer sem o confronto direto com Estado, mediante o seu poder de polícia, foi necessário, segundo Freixo, que agentes públicos fossem incorporados ao sistema que não mede esforços para ampliar seu território e se fortalecer economicamente.

Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito da ALERJ (CPI das Milícias), Marcelo Freixo identificou que as comunidades carentes do Estado estão sendo dominadas. A de Rio das Pedras, por exemplo, possui 80% de nordestinos que vieram para o Rio de Janeiro em busca de trabalho, mas diante das regras impostas pela milícia, tornaram-se reféns de um sistema coercitivo e opressor.

A afirmação do parlamentar de que agentes públicos estaduais fazem parte da base estruturante do poder paralelo é grave e necessita de uma ação enérgica. Não podemos ser demagogos ao ponto de acreditar no fim do milionário sistema paralelo que inclui serviços de vans, “gatonet”, gás, extorsão e segurança, mas deixar de enfrentar essa máquina lucrativa é antecipar um derrota de proporções inimagináveis.

Outra vertente séria que envolve essas organizações criminosas é o apoio das comunidades dominadas a candidatos a cargos públicos. No relatório final da CPI das Milícias, o deputado Marcelo Freixo noticia que em comunidades como “chacrinha” cidadãos são assassinado pelo simples fato de se recusarem a colocar placas de candidatos apoiados pelas milícias. 

Outro fato importante é que 65% das áreas dominadas pelas milícias nunca tiveram tráfico. Isso é sintomático e prova que até o tradicional sistema de venda de entorpecentes sucumbe às milícias que, possui poderio econômico prévio, ao passo que o tráfico é dependente do comércio, em grande parte, varejista. 

Não podemos esquecer de que esse crônico problema começou a criar raiz no Rio há dez anos e devido a programas estatais inócuos com medidas paliativas alastrou-se. O governador Sérgio Cabral, diante da situação de risco vivenciada por Marcelo, deveria se posicionar, afinal a instituição pública de segurança possui segundo farta documentação constante no relatório final da CPI, ‘braços’ nas milícias e são verdadeiras pontes que conferem roupagem lícita a ações ilícitas que denigrem a imagem dos homens de bem do Estado do Rio de Janeiro.

Cláudio Andrade



6 comentários:

Anônimo disse...

Mais vi em uma reportagem que ele só vai levar um mes , não entendi isso, quando voltar também não estará correndo risco? pra mim não mudará nada em termos de ameça.

Anônimo disse...

Eu não tenho que gostar de nada, ele está certo pq se não consegue ter proteção tem que tirar o dele da reta,o bicho homem não é confiável.
E homens de bens está em extinção.

Anônimo disse...

Pois é, se o governador fosse Garotinho, vcs erão os primeiros a meter o pau. Quem é que tem que dá proteção ao cidadão não é o estado?
Quem é q vai bancar essa viagem? A onde anda o gov Cabral? Será q quem manda são essas meia duzia de
milicianos? Beltrame corre q o bicho tá pegando, socorro...

leo

Anônimo disse...

Mas a quem interessa a segurança de Marcelo Freixo ? Ao governador ? A Beltrame ? À polícia ? Aos colegas deputados da ALERJ ( que não se solidarisaram com ele )? Duvido. O que ele fez foi um tapa na cara da justiça e da nação brasileira, quando não tem competência para garantir a vida e a segurança de um cidadão brasileiro que está lutando para defender milhares de vidas que vivem refém da milícia. Uma vergonha ! Que Jesus proteja o nobre deputado e sua família.

Anônimo disse...

Gnete, NÃO LI ISSO!
O que assina Leo escreve ¨se o governador fosse garotinho¨?
FOI ISSO MESMO QUE LI?
Onde voce vive caro Léo?
As milícias começaram ontem?
Há cerca de DEZ ANOS caro Léo.Esse é o tempo que foi suficiente para ganharem força.
QUAIS ERAM OS GOVERNANTES DO ESTADO HÁ DEZ ANOS LÉO?

Anônimo disse...

MILICIAS TEM DEDO DE NANICO NISSO... COMEÇOU NO GOVERNO DELE.