sexta-feira, 10 de abril de 2009

ADRIANO.

Poucas vezes vi gesto mais humano, mais rico, do que o jogador Adriano explicando porque vai parar de jogar e voltar a favela. Nesses tempos em que a hipercompetição provocou as neuroses do trabalho, os workaholics (e quem escreve é um), a competição feroz, o craque de reputação internacional manda parar tudo e diz: quero voltar para a favela e conviver com meus amigos.

Ele é o são. Doentes somos os que trabalham dia e noite, sem tempo para curtir amigos e família, os que eram felizes e não sabiam, os que vão atrás das turmalinas da vida, os que não tem tempo sequer para algumas rodadas de choro no bar do Alemão.

E os doentes reagem. Jornais saem atrás de explicações estapafúrdias, envolvimento com tráfico, piração, depressão. Os doentes reagem violentamente contra os que expõem a eles próprios suas neuras, seu suicídio diário engolindo sapo, abandonando as raízes, esquecendo a família.

Tempos atrás trabalhou comigo uma parente do Cafu que contava sobre a fundação que ele fez para amparar o bairro pobre onde ele nasceu. Sempre valorizei muito os que têm orgulho da sua origem. Não apenas orgulho, mas gratidão pelos valores recebidos, pelo círculo de afetos.

Não tenha dúvida de que tanto Cafu quanto Adriano são grandes pessoas. E absolutamente normais, mesmo passando por crises, ao contrário dos que tentaram encontrar motivos anormais para seu gesto.

Luiz Nassif

6 comentários:

Anônimo disse...

Ao que parece, Nassif entende muito de economia e política, mas, de vida mundana de astro, tá completamente por fora.
O seu artigo é bastante inocente.
Com todo o respeito.

duda disse...

Leia o youpode.com.br, muito bom1

Anônimo disse...

Doutor, acorda. Droga rende mais que futebol...

Sérgio Provisano disse...

Caro blogueiro

Dá para ver que o senhor nunca jogou futebol, pelo menos com a paixão que nutre todo peladeiro e, os grandes craques, têm em seu sangue, o dna do eterno peladeiro, amam o futebol com toda a paixão possível.

Coisa que Adriano não tem, as especulações iniciais à respeito de envolvimento com álcool por exemplo, são mais do que justificáveis, uma vez que Adriano passou uma temporada no Brasil, para se afastar do ambiente de festas quase que diárias onde o consumo de álcool, quase encerrou prematuramente sua carreira de boleiro. Daí, não seria muito pouco provável que houvesse também o consumo de drogas, coisa aliás que é mais comum no ambiente do futebol profissional do que se imagina, afinal, os craques são mimados e sempre aparecerá um oportunista para oferecer drogas nessas festinhas regadas à álcool e mulheres.

O caso de Adriano requer tratamento psiquiátrico, apoio psicológico e tudo mais que for necessário, afinal ele ganha rios de dinheiro para fazer aquilo que a maioria dos cidadãos brasileiros paga para fazer que é jogar bola.

Tem um ditado popular que diz: "Deus dá nozes à quem não tem dentes". Ele se aplica perfeitamente ao Adriano.

Ah! Não vamos comparar Cafu, esse sim com alma de peladeiro e solidário, basta ver a Fundação que ele como outros jogadores de expressão criou, com Adriano, que até o presente momento, só soube ganhar dinheiro e torrá-lo estapafurdiamente, sem realizar nenhuma obra social.

Anônimo disse...

Além do que, o seu retorno à Itália, lhe colocaria em raio-x com o seu time que, como foi noticiado, faz mensalmente avaliação de seus contratados, buscando identificar uso de drogas lícitas e ilícitas.
Daí, pode-se acreditar, que o "abandono de carreira" foi sim uma saída estratégica.

Sérgio Provisano disse...

Isso mesmo companheiro, colocastes o dedo na ferida...lá nas "oropas", o boleiro não poderia explicar os traços de opiáceos que fatalmente seriam detectados nos exames médicos.