A política é realmente uma caixa de surpresas. Até o presente momento, o Presidente Lula controla com facilidade os rumos da sucessão presidencial. Temos a convicção de que Dilma sem Lula não é nada, mas com o apoio dele, é muito forte. Dilma é uma invenção lulista para suprir a ausência de um nome original de dentro do PT.
O efeito mulher não deixa de ser outro ingrediente. Em vários países do mundo, as mulheres estão ocupando cargos de relevância, sendo que algumas delas, já chegaram à Presidência de seus respectivos países.
Todavia, a política é a arte das oportunidades e, pautado nisso, o Partido Verde, mesmo sendo uma sigla de pequeno porte e de pouca representatividade, saiu na frente no quesito novidade. Ofereceu para a ex-ministra e senadora Marina Silva, a vaga de candidata à Presidência da República.
Caso o convite seja aceito, o que é bem provável, a chance de discutir a questão ambiental em níveis relevantes, se torna uma realidade satisfatória. Vale dizer, que o Meio Ambiente e o futuro econômico e social do Brasil, só será viável, se mergulharmos numa discussão acerca da economia ‘verde’.
Para quem consegue visualizar pontos distantes, a possível ida de Marina para o PV possui muito mais ingredientes, do que a relevância ambiental de seu discurso. Insta salientar, que na hipótese de Marina aceitar o desafio, renunciará uma reeleição certa ao Senado.
Uma vez no PV, as comparações com a Dilma serão inevitáveis. Nesse momento, surgem situações interessantes. O histórico de Marina no PT é muito maior do que o de Dilma. Isso é fato. São léguas de distância.
Marina enfrentou de forma corajosa as investidas dos madeireiros e empresários na Amazônia. Mulher de origem pobre, filha de doméstica, analfabeta até a fase adulta e possuidora de um histórico de militância sindical ferrenho. Ingredientes que agradam uma fatia relevante do eleitorado brasileiro.
Deixar Marina sair do PT, e disputar uma eleição para a Presidência da República por outra sigla, é uma temeridade. Ao contrário de muitos, não acho que a sua candidatura será idêntica a de Cristóvão Buarque, ou seja, ‘samba de uma nota só’.
Ao meu sentir, o PV acertou no convite e o eleitorado brasileiro ganhará muito, caso ela aceite. Tanto é verdade, que o Planalto já enviou emissários à Marina, no intuito de fazê-la desistir. Seria zelo ou temor?
Cláudio Andrade.
Artigo de minha autoria publicado no Jornal O Diário de hoje.
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