A União Nacional dos Estudantes saiu do armário, e isso é muito bom. Com a eleição de seu novo presidente, a UNE rasgou a fantasia e declarou seu apoio a Lula.
Não há nenhum problema nisso. Estudantes não precisam ser sempre do contra. O único embaraço é ser a favor de quem lhe dá mesada.
Se a UNE tem a convicção de que Lula representa o melhor projeto político para o país, deve apoiá-lo até o fim, à luz do dia. Aceitar dinheiro do governo são outros quinhentos – ou muito mais do que isso, segundo se diz.
Uma entidade ser bancada por Lula e defendê-lo publicamente não são condições incompatíveis. Incompatível é essa entidade continuar se chamando União Nacional dos Estudantes. Essa razão social não pode mais existir.
Vamos deixar combinado assim: a UNE acabou. Assim como existem a Petrobras, a Eletrobrás, está nascendo a UNEbras.
Lula poderá dar dinheiro à vontade à UNEbras – União dos Novos Entusiastas. E essa estudantada oficial pode levar adiante, sem constrangimentos, sua plataforma: defender José Sarney, dar de ombros para os atos secretos do Senado, combater a CPI da Petrobras, dar tapinhas nas costas de Collor.
Os caras-pintadas não viraram chapa branca. Quem ajudou a derrubar Collor foi a UNE, quem está dando a mão a Collor é a UNEbras. Maio de 68 finalmente terminou, às favas com os escrúpulos de consciência.
Vamos então parar com essa patrulha contra os estudantes oficiais. Eles finalmente saíram do armário, e é bonito ver essa garotada batendo no peito e gritando “estou com Sarney e não abro”. Um ato de coragem e sinceridade.
Só um lembrete aos bilheteiros de cinema: essa carteirinha aí não dá direito a meia entrada. Mas essa turma não precisa disso. Tio Lula paga tudo, até a pipoca e o guaraná.
Guilherme Fiuza.
Um comentário:
Excelente artigo, concordo plenamente. Parabéns ao Guilherme Fiúza.
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