domingo, 15 de maio de 2011

"GOVERNO VAI MAL" POR ARTHUR VIRGÍLIO



GOVERNO VAI MAL

*ARTHUR VIRGÍLIO
          
Sem coragem de retomar o ciclo de reformas e, efetivamente, cortar gastos públicos, governo Dilma vai perdendo a luta contra a inflação. Isso se deverá refletir, ironicamente, em baixa aceitação popular: não age com medo da impopularidade e ficará impopular precisamente porque se recusa a agir.
          
No plano ético, surge o Procurador da República do Rio Grande do Sul propondo responsabilizar Lula pelo mensalão. Faz a pergunta inevitável: por que pouparam o então Presidente se encontraram argumentos para denunciar Eduardo Azeredo? Dois pesos e duas medidas? E é recorrente Ministros praticarem leviandades, como Ana de Holanda, Paulo Bernardo e Afonso Florence receberem diárias, em fins de semana, em suas cidades de origem.
          
No campo parlamentar, alardeava fantástica base de apoio e, agora, não consegue sequer impor sua visão quanto ao novo Código Florestal. Loteia e leiloa cargos à toa.  BNDES dedica 80% dos seus empréstimos para empresas executarem obras fora do Brasil. Enquanto isso, a Copa corre perigo e nossa infraestrutura agoniza.
          
Em política externa, fez bem em condenar apedrejamento de mulheres pela ditadura iraniana, porém silencia diante do assassinato do dissidente político cubano Wilfredo Juan Soto Garcia. E o ex-Presidente Lula bem que deveria poupar o Itamaraty de desculpas esfarrapadas e devolver os passaportes concedidos indevidamente a parentes seus.
          
Na economia, o quadro se agrava mais e mais. O Ministério das Minas e Energia, acostumado por Lula a manipular eleitoreiramente o preço da gasolina, joga a culpa da elevação do preço nos postos nos donos destes, denunciando suposto “cartel”. É o governo Homer Simpson, personagem aético de desenho animado, respondendo a sua esposa Margie: “a culpa é minha e eu boto em quem quiser”.
          
Começa a falar em controle de preços da gasolina. Sinal de desespero diante da escalada inflacionária que equipe econômica não sabe e não quer combater. Inflação estourou o teto da meta e 2012, que nem começou, já fica comprometido pelas trapalhadas de 2006/2011.
          
Bizarro é o governo trabalhar com metas tão flácidas (4.5% com tolerância de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo) alegando que isso levaria a crescimento maior, quando vizinhos nossos estabeleceram metas mais rígidas e chegarão a mais crescimento neste ano. Dificilmente teremos PIB de 4%, enquanto, segundo matéria de Cássia Almeida, em O Globo, Chile, Mexico, e Colômbia, com meta de 3%, e Peru, com meta de 2%, crescerão, respectivamente, 5.9%, 4,6%, 4.6% e 7.5%.
          
Piores que nós só Argentina e Venezuela, submetidas, dramaticamente, a desgovernos.

          *Diplomata, foi líder do PSDB no Senado


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2 comentários:

Frann disse...

Não podemos esperar outra opinião desse sujeito reprovado nas urnas.Sempre será do contra e o governo do FHC,limpo e isento, é que foi o melhor para o Brazil com 'z".Quem vai dar credibilidade a um cara como esse?Apenas a curriola tucana.

Merimeri disse...

A princípio, um texto preocupante. Depois de relido,bem reflexivo e que nos oportuniza a pensar mais e mais...