"As imagens das agressões a passageiros da SuperVia mostraram bem mais que covardia e ferocidade contra pessoas enlatadas nos vagões, rumo ao ganha-pão de cada dia. O caráter de humilhação das chibatadas a esmo sobre aquela gente, tratada como gado tangido, feriu, além de seus corpos e dignidade, a parcela da sociedade que não é obrigada a usar esse transporte de massa e só toma conhecimento do que acontece quando algo de espantoso chega a seus olhos e ouvidos.
Há notícias de outras agressões - e até roubo - de agentes contratados pela concessionária que deveria garantir conforto e segurança aos passageiros. Porque é remunerada para isso, tem essa obrigação, simplesmente.
Mas a falta de compromisso e respeito com a população que paga pelo serviço público concedido ao setor privado não se restringe à SuperVia.
Há dias, a direção da Barcas S/A, após revolta de passageiros comos atrasos, cometeu o absurdo de recomendar que usemos ônibus lotados nos horários de pico.
Um dos principais acionistas da Barcas S/A é a Viação 2001. Diante do caos e da muitíssimo provável repetição da revolta dos passageiros, o governo do estado emprestou R$ 8 milhões para a empresa comprar mais embarcações.
O que é essencial e urgente é que o poder público exija coma devida firmeza a contrapartida na melhoria dos serviços, ou esses milhões em recursos dos contribuintes poderão ir para o ralo. A agência reguladora que deveria fiscalizar e exigir a prestação de serviços para a população tem mostrado uma enorme ineficiência -ou complacência? - no cumprimento de suas obrigações."
Wadhi Damous.
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