quinta-feira, 30 de abril de 2009

O CÂNCER DE DILMA.

Na semana passada o país inteiro acompanhou o anúncio da Ministra da Casa Civil Dilma Roussef acerca do câncer linfático que foi descoberto em sua axila, durante a realização de exames de rotina.

Não é a primeira vez que o governo Lula passa pelo mesmo problema. O vice-presidente José Alencar também é portador de oncologia e luta de forma heróica contra a enfermidade. Acho que o momento não é propício para que a base do Partido dos Trabalhadores entre em luta focando na viabilidade de outro nome. O PT não possui outro nome e manda o bom tom que se respeite o momento especial da Ministra.

O câncer é uma enfermidade muito difícil de ser combatida. No caso da ministra, a equipe médica afirmou que as chances de recuperação são quase totais. Entretanto, não podemos esquecer que o número de viagens, o alto nível de tensão e a falta de tempo dificultam o tratamento. Há necessidade de quimioterapia. Torço pela recuperação da Ministra, mas caso haja algum contratempo na sua pré-candidatura, o Presidente Lula fica sem opção direta e com menos tempo para criar outro nome.

Partindo dessa premissa, ele próprio passa a ser a grande opção. Terceiro mandato na América Latina não é novidade. Uma terceira candidatura para Lula seria prejudicial ao PSDB que, diga-se de passagem, foi o partido que, na pessoa de Fernando Henrique Cardoso, ‘abriu caminhos’ para a criação da Emenda Constitucional que implantou o instituto da reeleição no cenário político nacional.

Ao meu sentir, o Governo Federal não deve alterar o seu curso administrativo por causa de um fato particular. Mesmo sabendo que do fato particular para político, a distância é ínfima. Não podemos perder o foco no Congresso. Os escândalos estão, mesmo que de forma tímida, ocasionando mudanças. O câncer de Dilma é assunto particular, mesmo sendo ela, uma das pessoas mais públicas do país e agente número um do Presidente Lula.

Artigo de minha autoria publicado no Jornal O Diário de hoje.

Cláudio Andrade.

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