segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Roberto Henriques fala sobre o fim das terceirizações




O acordo firmado pela Prefeitura de Campos para por fim às terceirizações irregulares praticadas pelo município, se cumprido conforme o propagado pelas autoridades envolvidas, vai encerrar uma página quase dramática da história política do município. Nos últimos anos, e eleições, as contratações de pessoal sempre apareceram como decisivas. Mas, mesmo com o fim das terceirizações, continuaram atuando, como faculta a lei, empresas prestadoras de serviço. E como ficam as indicações políticas nesses casos?

O deputado estadual Roberto Henriques (PSD), que assinou Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) em 2008 para regularização das terceirizações, diz que o problema pode continuar, uma vez que, no entendimento dele, existe uma relação indevida entre o poder público e setor privado.

— Não se pode fazer de uma empresa a extensão do gabinete da prefeita, de secretários ou vereadores. Essas indicações não podem ocorrer.

O secretário de Governo, Suledil Bernardino, diz que com o acordo não haverá mais terceirizados irregulares no município. Mas afirma que é impossível controlar uma indicação ou outra: “Isso só seria possível no mundo dos anjos, não no dos homens. Se você conhece uma pessoa que precisa de um emprego e conhece o responsável por uma empresa, não vai falar para ele sobre aquele seu conhecido? Caberá ao dono da empresa analisar o currículo, aceitar ou não”, diz.

Exemplo — Citada pelo deputado Roberto Henriques como empresa que terceiriza de maneira correta, a Petrobras não quis se manifestar sobre o assunto. Um funcionário de prestadora de serviço a Petrobras, e preferiu não se identificar, explicou que conseguiu a vaga após fazer cursos e palestras voltadas ao setor offshore: “Também viajei muito a Macaé, deixando curriculo de porta em porta.

Quando mais enriquecido for o currículo, melhor. Hoje é mais fácil, porque é possível cadastrar-se pela internet, mas antes a gente tinha que ir pessoalmente. De qualquer forma, vale a pena. Hoje tenho meu carro, minha moto. Minha vida estável”, relatou.

Suzy Monteiro
Folha da Manhã

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