quarta-feira, 9 de junho de 2010

O DIA DOS NAMORADOS

Como dizia Antonie Saint Exupéry, a experiência ensina-nos que amar não significa duas pessoas olharem uma para a outra e sim, ambas olharem na mesma direção.
Acredito que cada um tem o seu próprio conceito de amor; afinal, ele é um sentimento puro e incondicional. Quem ama assim o faz por motivos inexplicáveis, que muitas vezes não são conhecidos nem por aqueles que amamos.
Também tenho a plena convicção de que não há coisa mais inócua do que amar sem ser amado ou ser amado sem amar.
O início de um amor é algo maravilhoso. Não são demonstradas as naturezas de cada um; simplesmente ama-se, em uma relação um pouco infantil, irresponsável; porém, deliciosa.
O tempo passa e o amor começa a questioná-lo: para onde você o leva? Qual o objetivo de tantas expectativas e projetos? Será que estou amando na medida certa?
Seria mais fácil ser amante do que marido? Pois é mais simplório dizer coisas belas de vez em quando do que ser espirituoso dias e noites a fio.
O tempo passa e o amor começa a encontrar os obstáculos naturais da relação humana, traduzidos nas perguntas sem resposta, no ciúme do passado desconhecido, no susto de um gesto inesperado ou até na indelicadeza involuntária.
Nesse momento, o amor encontra as adversidades humanas que nem ele, no alto de sua força, é privado de experimentar, pois o gosto amargo das primeiras decepções, os hábitos diferentes e os divergentes conceitos morais o fazem pensar o porquê de o amor, aparentemente tão doce, ser tão pretensioso e exigente quando posto à prova?
Nesse mesmo momento, o amor senta-se e experimenta a autoflagelação, observando atônito suas próprias chagas. Tenta, a cada dor, encontrar o sentimento puro que acreditou existir lá no início infantil e irresponsável.
Descobre, bem no fundo de seu grande amor, que o mesmo não é delírio, mas tem com ele muitas coisas em comum, pois tentar adequar-se ao amado dói demais e é algo sem lógica, pois se posso amar incondicionalmente, devo também receber igual tratamento, certo?
Claro que não! O amor é incondicional, sem regras, sem normas, sem espaço para orgulho, desprezo… Ele te faz esquecer-se de comer, de passar no espelho antes de sair, de fazer a barba antes do trabalho…
O amor é capaz de fazer você levantar-se pela manhã decidido a mudar, pois ontem foi sofrível demais aquela briga. No entanto, há cordas no coração que o melhor seria não fazê-las vibrar. Afinal, minutos depois, uma voz ao telefone e um bilhete na porta fazem o amor acordar e lembrar-lhe de que ele continua vivo, forte e mordaz como nunca!

Cláudio Andrade

4 comentários:

Splanchnizomai abraçando o amanhã. disse...

A mulher ama por natureza. Por isso em Efésios o mandamento para os homens é:
Vós maridos, amais as vossas esposas assim como Cristo amou a Igreja. E como Cristo amou a Igreja? A Si mesmo se entregando por ela.

Quando um casal descobre Jesus Cristo em seu relacionamento, descobre o verdeiro amor.

Gostei muito da sua reflexão, professor Claudio. Até vou postar sobre este assunto com uma foto que minha irmão me flagrou...hehe.

walnize carvalho disse...

Cláudio Andrade,
Um belo e reflexivo texto.
Parabéns!
Walnize Carvalho

walnize carvalho disse...

Cláudio Andrade,
Um belo e reflexivo texto.
Parabéns!
Walnize Carvalho

Anônimo disse...

Afinal, é ¨incondicional¨ ou é ¨inócuo amar e não ser amado¨?