Desligou a tevê.
Dirigiu-se ao quarto. Precisava achar o sono, pois tinha compromisso marcado, bem cedo, para o dia seguinte.
Tirava a maquiagem olhando-se no espelho. As marcas do tempo estavam lá, em sua face.
Desfez-se dos trajes e acessórios para usar roupas de dormir.
Correu os olhos pelo corpo: as marcas do maiô, do relógio, da aliança, da vacina tomada em criança, das cirurgias feitas, da correntinha de ouro.Elas estavam lá, bem visíveis.
Sentiu-se como se tivesse sido tatuada pelo o tempo.
Cerrou os olhos. Mergulhou no seu íntimo. E viu lá no fundo do seu coração as marcas patenteadas, mas invisíveis.
Fez o sinal da cruz. Tentou dormir, pois a hora marcada para o compromisso do dia seguinte era cedo: sete da manhã.
Walnize Carvalho
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