quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

A EDUCAÇÃO E O CRIME

Com certeza a falta de educação está vinculada à pobreza e à exclusão social. Isso nos leva a concluir que nessa situação, muitas pessoas vão delinqüir. Segundo o Ministério da Justiça, o Brasil possui 7% de sua população com curso superior. Desse percentual, apenas 0,4% fazem parte da população carcerária.

Esses dados nos levam a constatar que a educação ainda é o melhor caminho a ser seguido por todos. O grande problema é o acesso, pois no Brasil querer não é poder no que concerne ao Direito Constitucional de estudar.

Outra realidade que não podemos deixar de relatar é a situação dos bancos escolares públicos. No Brasil, vinculamos o que é público à má prestação de serviços e ao sucateamento estrutural. A Educação também se inclui.

Enquanto alguns demagogos do meio educacional defendem a cota nas Universidades, os jovens são cada vez mais afastados das escolas, sendo que uma grande 'fatia' deles ingressa no mundo do crime.

Existem analfabetos que não são criminosos, bem como há uma parcela considerável de pessoas com alto nível escolar que cometem crimes. O problema é que os privados de ensino, mais cedo ou mais tarde, ficam diante de um quadro aterrador composto pela fome, pelo desemprego e por inúmeras enfermidades.

Essa situação faz o cidadão buscar no crime a estrutura negada a si pela sociedade organizada e excludente.

A educação é, com certeza, o principal pilar estrutural da auto-estima. A educação faz o jovem lidar melhor com os problemas do cotidiano. Educado, ele vai buscar alternativas para as suas frustrações sem correr riscos de ser 'tocado' pela criminalidade.

Segundo alguns criminalistas, todos nós somos criminosos em potencial. Tal afirmativa não pode servir de justificativa para termos um contingente vergonhoso de analfabetos. Esse aberrante quadro traz à tona inúmeras outras mazelas que servem de 'mola' propulsora para o crime.

Temos um manancial de jovens à espera de educação. Não podemos negar-lhes o direito ao aprendizado, pois só constroem-se países fortes com educação de qualidade. Importante lembrar que entram e saem governos e governantes e a única coisa que não podemos deixar que ceifem de nós é o nosso conhecimento.

Artigo de minha autoria publicado no Jornal O Diário de hoje.

Cláudio Andrade.

Um comentário:

Hilda Helena Raymundo Dias disse...

Acredito que todos do município saímos ganhando quando pessoas como como você decide falar a respeito da Educação Pública.

O descaso com a educação pública é realidade não só em nosso município.Eu mesma sou professora da EJA no município e tenho a tarefa de alfabetizar adultos sem uma auto-estima suficiente para acreditarem que a leitura será uma realidade vivida por eles...acredito como você que a educação faz o indivíduo lidar melhor com os problemas do cotidiano...mas pensa como este indivíduo vai buscar alternativas para as suas frustrações na educação?

No município não temos alfabetização de adultos na rede municipal,os alunos são matriculados na 1ª fase e são obrigados a seguirem o estipulado pelos conteúdos progamados para a série que estão cursanndo.
No final do ano passado saiu um decreto para implantar a alfabetização na rede,mas este não possibilita os que não são alfabetizados,uma vez que eles já foram matriculados numa série mais adiantada,e isto mesmo não conseguindo serem alfabetizados!

Eles não facilitam o ingresso desses na escola ,pelo contrário ajudam na exclusão!
No Brasil temos que pagar pela educação ,é em discursos como este seu que o Brasil começará a ficar forte e com uma educação de qualidade...
Por enquanto acho que nossa luta está no campo das idéias!