Depoente (a namorada): Eles falavam alto pra nós ouvirmos e depois falavam pra o Thales que não ‘tavam’ falando nada com ele e o que mais se aproximou foi esse Felipe. Colocou uma latinha sobre o carro e veio pra cima do Thales. Vinha esse Felipe e o outro atrás dele e o Thales falou que não queria briga, mas eles queriam brigar. O Thales pediu, pelo amor de Deus para que eles parassem, disse que era Promotor, mas não adiantou. Então o Thales pediu pelo amor de Deus que eles parassem que ele estava armado, mas eles não paravam diziam que ele Promotor de balada, que a arma tinha bala de festim e o Thales pedia que parassem porque estava armado, disse: ‘pelo amor de Deus, eu estou armado’ e mostrou a arma para saberem que não era mentira, mas eles diziam que a arma era de brinquedo e se aproximavam. Então, Thales deu um tiro para chão. Nesse momento eles pararam então Thales me deu a mão e nós fomos indo embora quando começaram a gritar que a bala era de festim, pra ir para cima dele e nesse momento Thales correu, mas esse Felipe e o outro Diego alcançaram o Thales no posto e foram para acertar ele, mas ele se esquivava deles e então deu outro tiro pro alto e eles disseram que iam bater nele e Thales continuou, subiu no canteiro, passou pro outro lado e eles correndo atrás até que Diego pegou o Thales e sei que ele deu outro tiro, mas não pude ver no momento exato. Sei que o rapaz estava atingido e vi que Diego estava caído, mas não sei como foi isso. Eu, naquele momento entrei no prédio.
A vítima
Felipe Siqueira Cunha de Souza, estudante, jogador de basquete amador, levou quatro tiros: dois no tórax, um na perna e outro no braço.
"Vítima: Eu ‘tava’ sentado na porta do carro do meu pai com Diego [Mendes Modanez, também jogador de basquete, a vítima que morreu] quando teve um burburinho de briga e eu me levantei, porque não ‘tava’ ouvindo direito porque o som do carro ‘tava’ na altura da minha cabeça e, quando vi, o Thales e uma moça, a namorada dele e ele discutindo com umas pessoas, uns três carros após o meu e puxando ela pelo braço. Eu me levantei e fui ver porque ali costuma ter brigas entre o pessoal do Indaiá e Riviera. Eu achei que podia sobrar pra gente ali e então chamei Diego porque eu pensei: vou lá pra acalmar a situação porque, de duas uma: ou o pessoal lincha esse cara ou ele vai sair e depois vai trazer uma galera e vai sobrar pra gente. Foi quando eu me destaquei e, de longe, eu dizia: ‘vai embora’ e ele dizia que mexeram com a namorada dele (...) e se virou pra mim, e, do nada, disse que eu tinha mexido com ela e disse: ‘vai se foder’ e a namorada dele puxava ele pelo braço e ele dava uns trancos pra trás e eu, com os braços pra baixo dizia pra ele: ‘vai embora, ninguém quer brigar’. (...) Foi quando ele apontou a arma e apontou pra mim. Eu parei e disse: ‘abaixa essa arma, por favor’, foi quando ele deu um tiro pro alto, pro lado assim, e alguém gritou que a arma era de brinquedo e nessa hora, ele ficou transtornado e deu tiro no chão e disse que não era não e eu dizia: ‘abaixa isso’ e ele apontava pra mim. Tentei ir pra cima dele porque me vi sem saída porque não tinha pra onde eu correr, e eu não ia me virar de costas pra ele e tomar uns tiros nas costas. Por sorte eu sobrevivi porque ele deu um tiro no meu peito e eu dei um baque pra trás e ele correu e eu tentei correr, mas ‘tava’ sentindo e ouvi Ricardo que disse pra mim parar porque eu ‘tava’ sangrando.
FONTE- OBSERVATÓRIO
4 comentários:
falta o depoimento de outras pessoas que estavam no local,percebe-se claramente que esses dois depoentes mentem.
Acho que um caso desse natureza, que nada tem a ver com o ofício da promotoria, deveria ir a júri popular, e não ser decidido pelo alto escalão do judiciário.
vc acha que a classe de mp sendo corporativista como é deixaria um promotor ir a juri popular.
pura ilusao.
Seria interessante depoimentos de outras testemunhas.
Mas há uma parte no final do depoimento da vítima sobrevivente que certamente contou muito para a absolvição e o entendimento que de fato o que ocorreu foi legítima defesa:
Tentei ir pra cima dele porque me vi sem saída porque não tinha pra onde eu correr, e eu não ia me virar de costas pra ele e tomar uns tiros nas costas.
Ora, se a intenção do promotor era desde o princípio atirar para matar como supõe a vítima sobrevivente, porque então o faria pelas costas se antes já havia dado (péssimo cacófato) dois tiros à esmo?
Que pessoa armada permaneceria inerte quando duas outras avançam em sua direção?
Que pessoa em meio a um desentendimento, ânimos exaltados, portando uma arma, teria sangue frio de esperar seus agressores se aproximarem para ver de fato quais seriam suas atitudes?
São hipóteses a se pensar.
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