quinta-feira, 17 de julho de 2008

A ÚLTIMA INSTÂNCIA DO ELEITOR.

Campos dos Goytacazes é definitivamente uma cidade atípica no que tange à política. Há bastante tempo que presenciamos uma oscilação entre os atos político-partidários, de gestão e judiciais.São liminares, bloqueio de bens, detenções, troca de acusações e alternância na chefia do município; tudo diante dos ‘olhos’ atônitos do eleitor. Esse eleitor que não sabe mais o que pensar e, muitos deles, não sabem mais se desejam votar.Os projetos políticos são esvaziados pelas notícias escandalosas que mesmo sendo bem divulgadas, comprometem a cada dia nossos homens públicos e espalham descrédito em todo o eleitorado. Não podemos fazer juízo de mérito. O Estado Democrático de Direito veda condenações antecipadas; o que é muito salutar. Mesmo assim, ficamos com um ‘gosto’ amargo nos lábios. O clima de paixão eleitoral tem vencido a razão. Quantos foram os momentos em que os bons e os maus discutiram ilícitos eleitorais em detrimento aos projetos de governo? A lista divulgada pela Centésima Zona Eleitoral de Campos obriga-nos à nova reflexão: além de 03 dos 06 candidatos a prefeito e dos 17 vereadores que tentam a reeleição, outros 40 postulantes ao legislativo municipal terão as candidaturas analisadas pela Justiça Eleitoral. As notícias e os acontecimentos infelizes abatem os candidatos e isso é péssimo. Digo isso não por ser contrário a qualquer crivo judicial. Refiro-me à sensação de incredulidade que paira na mente do eleitor. Afinal, não basta ser honesto; tem que parecer.O Ministério Público é um caso a parte. Faz um belo trabalho de apuração; contudo, não prende e não solta ninguém. A competência para tais atos é do magistrado que, dentro de sua soberana autonomia, acata ou não os pareceres ministeriais.Não nos custa lembrar de que a democracia foi concebida para acomodar, numa ordem institucional previamente estabelecida, os conflitos sociais. A política enquadra-se bem nesse contexto, pois de um lado, encontra-se o Judiciário e do outro, o candidato. Assim sendo, a urna continua sendo a última instância do eleitor.
ARTIGO DE MINHA AUTORIA PUBLICADO NO JORNAL O DIÁRIO DE HOJE.

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