A Arca de Noé em Campos

A Arca de Noé era, segundo a religião abraâmica, um grande navio construído por Noé para salvar a si mesmo, sua família e um casal de cada espécie de animais do mundo, antes que viesse o Grande Dilúvio da Bíblia. Esse episódio é contado, em Gênesis 6-12, assim como no Corão e em outras fontes.

Essa introdução é para relatar o estado crítico (de quase um dilúvio) que a sociedade campista vivenciou mais uma vez, na tarde de ontem, devido a uma chuva forte que durou aproximadamente vinte minutos.

Pois é. Em um município que recebe milhões em royalties, onde a prefeita Rosinha gasta mais de R$ 60 milhões em propaganda oficial, nós - os contribuintes - somos obrigados a tolerar esse acinte aquático.

Uma cidade de ruas desestruturadas, com esgotos em péssimas condições e galerias centenárias (muitas delas sem uma conservação sequer).

Não restam dúvidas de que o cidadão deve fazer a sua parte, deixando de jogar o lixo no chão. Mas onde depositá-los? Quantas lixeiras nós encontramos nas ruas e praças de nossa cidade?

A situação é precária, pois somente ontem vários trabalhadores foram prejudicados no seu labor e outras pessoas tiveram seus veículos avariados devido aos buracos nas ruas sem contar com o superaquecimento dos motores.

Na História bíblica de Noé, quando ele ofereceu um sacrifício a Deus, foi-lhe dito que nunca mais um dilúvio devastaria a Terra, sendo sua aliança com Deus renovada.

Em nossa cidade, fizemos uma aliança - só que com a Família Garotinho - que, a cada eleição, nos promete que nunca mais passaremos por certos problemas, como chuvas fortes e devastadoras e de alagamento extremo, mas a Família não consegue cumprir tal profecia.

Vale ressaltar que, da mesma forma que Noé honrou com a parte dele, nós cumprimos nosso compromisso, pagando os altos tributos que chegam (sem tardar) as nossas portas e, por vezes, juntamente com as chuvas que inundam centenas de ruas. Enquanto isso, o Poder Público não é responsabilizado.

Deus disse a Noé, na citada passagem Bíblica, que a aliança entre eles era para a posteridade. Aqui, no município de Campos, também há uma busca desenfreada por alianças; porém sem a garantia de que seremos protegidos ou de que sobreviveremos aos diversos dilúvios que nos são impostos todos os dias sob diversas gradações.

As eleições estão chegando e confesso que não há Arca para todos, mas há urnas em demasia e é nelas que devemos depositar a nossa esperança.

Aquela esperança que ainda não desapareceu mesmo diante de água, de muita água!

Cláudio Andrade