quinta-feira, 12 de setembro de 2013

O enfraquecimento da arte de fazer política



A Política dos sonhos acabou. Não há mais discursos ideológicos que exalem patriotismo. O sonho da arte de fazer política se foi, levando consigo os pensamentos de grandes personalidades públicas, como Leonel Brizola, Carlos Lacerda, Juscelino Kubitscheck, João Goulart e Ulisses Guimarães.

Essas personalidades foram relevantes no quesito qualidade, enquanto imersos em seus mandatos. No entanto, hoje o que se vê são representantes condicionados a uma rede de barganha que mantém um grupo de eleitores financiados. São homens e mulheres que votam amarrados a dinheiro e não a ideias.

São candidatos fabricados que abrem mão do esforço da conquista do eleitorado para se portarem como capachos do Sistema. Quando eleitos, perdem a voz e a postura devida como se fosse efeito imediato do provimento de um cargo.

A Política com Ética deu lugar à politicagem de conchavos. Ideais e pensamentos que mudam de acordo com a temperatura partidária. Homens dotados de amnésia que insistem em negar os inúmeros atos ilícitos que praticam - acobertados pelo manto da impunidade e da imunidade.

Uma política sem freios. Uma visão atual distorcida que não poupa a vida privada de quem quer que seja. Vale tudo pelo poder. Homens que perderam o amor pelo cargo, utilizando-o como profissão vitalícia.

Nesse meandro, quanto mais miséria e analfabetismo, melhor; afinal, é na lama que muitos deles renascem como heróis ou ressurgem como fênix.

O momento ainda não é de terra arrasada, mas há grande necessidade de cautela. Por onde andam aqueles que sonham, estudam e almejam uma política limpa, que possibilite uma disputa verdadeira?

Já estamos cansados de Donadon(s), Dirceu(s) e Valérios(s). Por onde anda a ordem no atuar e no desempenhar de uma função? Por que tantos jeitinhos quando a solução está nos dispositivos legais?

Fernando Sabino já dizia que democracia é dar oportunidade a todos de um mesmo ponto de partida. Quanto ao ponto de chegada, depende de cada um.

A hora é de valorizar o cidadão para que a esperança de um país mais justo não se esvaia diante de atos indignos de muitos dos nossos representantes.

Quando poderemos prever um futuro digno para nossos filhos? Como bem disse o poeta e romancista Charles Bukowski: “o problema do mundo de hoje é que as pessoas inteligentes estão cheias de dúvidas e as pessoas idiotas estão cheias de certeza”.

Cláudio Andrade

2 comentários:

Anônimo disse...

O que esperar de um país onde professores são vítimas de violência e descaso pelo poder público e população todos os dias?
Uma professora que foi agredida pela tia de um aluno na Escola Municipal Vilmar Cava Barros, no bairro do Jockey em virtude da professora ter impedido o aluno de atender uma ligação no celular. A tia do aluno, que estava na linha, não gostou e bateu na professora dentro da escola.

Anderson disse...

Parabéns, descreveu com muita propriedade o quadro, disto que chamam de política. Entretanto, cabe ao artigo exposto uma pergunta: como fazer para mudar os rumos do que está posto?