domingo, 7 de agosto de 2011

Meus amigos limpos



Nos últimos dias tenho presenciado a luta de alguns amigos contra a dependência química. São jovens que sequer chegaram aos quarenta anos e já possuem seqüelas oriundas do consumo de entorpecentes.

Meus amigos são jovens, pais de família, profissionais que por vários motivos lutam de forma desenfreada contra um dos piores males que é o entorpecente. Diante de tantos exemplos de luta por lucidez, fico pensando como o 'toque' da droga pode ser evitado.

A família e a religião ainda são os pilares que aliados ao complemento escolar podem realizar milagres evitando que milhares de jovens sejam submetidos ao rito de passagem que para a maioria é o início de um caminho árduo, arrasador e que leva famílias inteiras ao abismo.

Todas as vezes que vejo um companheiro de infância relatando a sua luta para estar limpo agradeço a Deus por não ter passado por esse rito. Isso não significa dizer que eu seja melhor do que eles, mas igual a mim, muitos pensam também o porquê de uns serem os 'escolhidos' para serem afastados e outros não. Não seria bem melhor sermos todos dotados de imunidade?

Ao meu sentir precisamos direcionar todas as nossas energias para a fé, pois sem ela, todos esses dramas serão reforçados a cada dia e não haverá ciência suficiente para reter o avanço maléfico da dependência química.
  
Acredito que se eu estivesse com menos vinte anos não estaria tão preocupado com a saúde daqueles que cresceram comigo e que antes de seguirmos cada um o seu destino, desfrutavam comigo os primeiros passos rumo a sonhos e realizações.

O encontro com alguns deles anos depois reforça a tese de que há mistérios insondáveis que somente a luz divina pode explicar. Olhos alterados, as diferenças faciais ou até a notícia da morte nos causa um vazio existencial tremendo.

Dias desses reconheci um ex-companheiro de escola sentado na calçada do Jardim São Benedito, todo maltrapilho. Tratava-se de um mendigo na mais literal expressão. Na mesma hora veio o pensamento do tempo em que jogávamos futebol e conversávamos sobre nossos sonhos. Tenho certeza que aquela situação presenciada por mim nunca foi um de seus sonhos.   

Não sei dizer o porquê dessa nostalgia, mas gostaria de rever todos os meus amigos limpos, sóbrios e com fé.

Cláudio Andrade

3 comentários:

Anônimo disse...

Ana Cecília Petta Roselli Marques e Marcelo S. Cruz
Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP)

rbp@abpbrasil.org.br



O uso de drogas é um fenômeno bastante antigo na história da humanidade e constitui um grave problema de saúde pública, com sérias conseqüências pessoais e sociais no futuro dos jovens e de toda a sociedade.

A adolescência é um momento especial na vida do indivíduo.
Nessa etapa, o jovem não aceita orientações, pois está testando a possibilidade de ser adulto, de ter poder e controle sobre si mesmo.

É um momento de diferenciação em que "naturalmente" afasta-se da família e adere ao seu grupo de iguais. Se esse grupo estiver experimentalmente usando drogas, o pressiona a usar também. Ao entrar em contato com drogas nesse período de maior vulnerabilidade, expõe-se também a muitos riscos.

O encontro do adolescente com a droga é um fenômeno muito mais freqüente do que se pensa e, por sua complexidade, difícil de ser abordado.

Anônimo disse...

Dr. a coisa tá feia, o crack chegou e vai eliminar esses usuários que não tem mais condições de sustentar a cocaína... é uma pena, viram trapos humanos.

Prevenildo disse...

Dr. A primeira coisa a fazer é afastar-se do Fluminense! Lá só tem crak!