OPOSIÇÃO
*ARTHUR VIRGÍLIO
Recentemente, o senador Aécio Neves proferiu discurso de densa repercussão. Conceitual e ao mesmo tempo prático, abordou temas como a injusta concentração de recursos na União, em desfavor de Estados e Municípios.
Incessantemente aparteado, reafirmou sua habilidade política. É forte nome para a disputa de 2014, junto com Alckmin, Serra, Perillo. O PSDB será insensato se não realizar prévias, acolhendo para delas participarem os nomes dispostos ao cotejo democrático. Não há sentido em escolha que passe ao largo da militância. Poucos são menos sábios que milhares de cérebros e corações. Lula, “vendeu” Dilma afrontando a legislação eleitoral.
Pelas primárias, teríamos obtido espaço legal e privilegiado para nossas propostas, transformando pré-candidatos em líderes que, depois, se uniriam em torno do vencedor para lhe dar peso político e votos. A providência que se requer de um partido que venceu duas eleições presidenciais, mas perdeu as três últimas, é que se una com maturidade e vigor.
Discurso afinado com a sociedade promove nomes e gera perspectiva de vitória; personalismos dão no contrário. Os adversários não têm limites na luta para conservar o poder que garante “empregos” e oportunidades “empresariais” a tantos “companheiros”. A autofagia é caminho curto para nova derrota, péssima para o PSDB e seus aliados, pior ainda para o País. Nossa democracia prescinde de PRIs e “mexicanização”.
Choque de egos leva ao insucesso. As lideranças se unem sincera e firmemente ou a luta perde o sentido e a perspectiva de poder se esvai. Correr o país; debater com a sociedade, inclusive pelas mídias sociais; ser claro em matéria econômica; reformas; políticas sociais; meio ambiente; Amazônia; ciência e tecnologia. Falar aos empresários, trabalhadores, jovens e mulheres.
No Congresso, oposição não episódica, dura que, entretanto, não boicote o País. O senador Jorge Viana disse a Aécio ser ele o tipo de oposicionista que qualquer governo gostaria de ter. O líder mineiro haverá de provar o contrário: oposição efetiva é aquela que nenhum governo gosta de enfrentar. O destino do PSDB está em suas próprias mãos. Honremos Covas e as conquistas do período Fernando Henrique. O destino do País poderá cruzar-se com o nosso, se trocarmos o nanismo pela grandeza.
*Diplomata. Foi líder do PSDB no Senado
Nenhum comentário:
Postar um comentário