terça-feira, 2 de dezembro de 2008

QUAL O REAL INTERESSE DA ENTREVISTA?

Advogado, oficial de justiça, membro do Conselho de Preservação do Patrimônio Arquitetônico Municipal (Coppam), foi como amigo pessoal do prefeito Alexandre Mocaiber e palpiteiro no governo deste que Alexandre Deut ganhou projeção na cidade. Ele garante não ter nada a ver com a transferência do conjunto de estátuas "José do Patrocínio e a Abolição da Escravatura" do Palácio da Cultura à Praça do Canhão, muito embora assuma ser favorável à ação em que Mocaiber ignorou o Conselho de Cultura de Campos.

Folha Dois - Durante a última reunião do Conselho Municipal de Cultura, no dia 19, em que foi desautorizada a transferência do monumento a José do Patrocínio, pelo governo Mocaiber, do Palácio da Cultura à Praça do Canhão, uma ligação telefônica foi feita ao coordenador do Projeto Cara Nova, Murilo Dieguez, que informou que a polêmica reforma da praça estaria sendo realizada pela secretaria de Obras, mas sob a sua coordenação. É isso mesmo?
Alexandre Deut - O que aconteceu foi o seguinte: no início do ano, o prefeito Alexandre Mocaiber me convidou para ajudar a coordenar o projeto Cara Nova e eu não aceitei. Diante da minha resposta negativa, Murilo Dieguez me pediu, pelo amor de Deus, para ajudar, alegando que eu tinha bom gosto e que só contribuiria para a melhoria da cidade. Mas, novamente, eu neguei qualquer participação no projeto Cara Nova. Eu nunca coordenei absolutamente nada, não tenho poder de mando algum na Prefeitura.

Folha Dois - Qual é sua participação no governo Mocaiber?
Deut -
Nenhuma. Desafio aquele que provar o contrário. Nunca coordenei, não coordeno e não vou coordenar nada na Prefeitura. Eu sou apenas um palpiteiro. E isso qualquer um pode ser.

Folha Dois - Então, você não tem ligação alguma com o governo municipal?
Deut -
Nenhuma, nenhuma. Eu sou amigo do prefeito, e isso não é crime. Como amigo, dou meus palpites. Entretanto, Mocaiber é osso duro de roer, ele só faz o que ele quer. Se ele gostar de uma idéia, ele aceita, senão, não tem jeito.

Folha Dois - Mas não é qualquer cidadão que é convidado para opinar nos projetos da Prefeitura.
Deut -
Mas, aí, eu não tenho culpa. Se eu tivesse alguma participação no governo municipal, eu não teria porque omitir, mas, de fato, não tenho participação alguma. Estou sendo acusado de uma coisa que não fiz.

Folha Dois - Não se trata de acusação, mas o que se comenta é que você seria o homem forte do governo Mocaiber.
Deut -
Se eu fosse tão forte assim, como dizem, certamente a rua onde moro estaria asfaltada e não cheia de buracos como está. Antes de falar as pessoas, há que se procurar saber onde está a verdade.

Folha Dois - E qual é a verdade? Qual é, afinal, a sua participação no governo?
Deut -
Mais uma vez digo que nenhuma. Minha participação no governo se resume a minha amizade com o Alexandre. Ele freqüenta minha casa, eu freqüento a casa dele, e, nos finais de semana, às vezes, saímos juntos. É só. Apenas uma vez ou outra, ele (Alexandre Mocaiber) pede minha opinião e eu, lógico, dou. O que isso tem demais? Além do mais, é como eu te disse: 99, 9% da opinião que eu dou ele não aceita. Um exemplo disso é que eu, como cidadão, sonhei em restaurar o Mercado, mas isso não aconteceu. Eu tenho o direito de sonhar, como qualquer um. Por eu ser amigo dele, as pessoas pensam que eu mando em alguma coisa, mas não mando em nada, não tenho gerência nenhuma. Quem dera que eu mandasse. Quem quiser pode quebrar meu sigilo bancário e verá a situação caótica em que eu estou financeiramente. Eu sei que as pessoas comentam que eu estou rico, mas isso é uma inverdade. Dia desses, chegaram ao cúmulo de ligar para minha mãe para dizer que eu estou milionário. As pessoas acham que eu faço parte do governo e que, por isso, eu estou rico. Não agüento mais isso.

Folha Dois - Por que, então, Murilo Dieguez afirmou que você coordenava a reforma da Praça do Canhão?
Deut -
Ele vai ter que provar isso, por portaria do prefeito, por alguma coisa. E, se ele não provar, o "negócio" vai ficar feio para o lado dele. Quem fala o quer, ouve o que não quer, e, neste caso, vai doer o bolso dele.

Folha Dois - Como seu amigo, o prefeito chegou a comentar alguma coisa sobre a transferência das estátuas?
Deut -
Alexandre me disse, na última vez em que estivemos juntos, no último domingo (dia 23), que há cerca de quatro ou cinco meses esteve com o poeta Antônio Roberto Fernandes e conversou com ele sobre a possível transferência. E, segundo Alexandre, Antônio não se opôs à mudança, desde que as estátuas ficassem em lugar seguro e com bastante visibilidade.

FONTE- FOLHA DA MANHÃ. (PARCIAL).

2 comentários:

Anônimo disse...

Sou palpiteiro e daí!

Anônimo disse...
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