segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Como é 'Linda' a arte da Política




A Câmara de Campos vive um momento atípico. A chegada da secretária particular de Rosinha para integrar a Casa do Povo é prova de que o cargo de vereador, em nossa cidade, está sendo usado como barganha. Um flagrante desrespeito ao real desejo do eleitor, já externado nas urnas por ocasião das últimas eleições.

Absolutamente nada contra a pessoa da radialista Lindamara. No entanto, a tática do casal Garotinho de contemplar amigos da Corte, valendo-se do instituto da suplência é um verdadeiro 'tapa na cara’ do eleitor.

Nos últimos meses, o casal de ex-governadores mexeu substancialmente nas cadeiras do Legislativo campista, sendo todas as alterações realizadas a fim de agradar aliados que não conseguiram, nas urnas, a função de representar o povo.

Nesse contexto, já deixaram seus eleitores órfãos de representatividade os vereadores Jorge Rangel (secretário de serviços públicos), Fábio Ribeiro (secretário de administração) e, recentemente, Mauro Silva (secretário de comunicação).

Com a lamentável saída de Mauro Silva para a Secretaria de Comunicação do Município, Lindamara Silva assume o cargo deixado por ele. Na prática, o que efetivamente ocorrerá é que a sua função (exercida no gabinete da prefeita) terá como palco a Câmara dos Vereadores.

Além de exercer no Parlamento o que sempre fez no Executivo (ser os olhos da prefeita), Linda - como é chamada a radialista da emissora ‘O Diário’ - representará o voto de cabresto mais fundamentalista que a Casa de Leis em Campos já presenciou.

Isso porque a ascensão de Lindamara não representa a chegada de uma nova legisladora. Representa sim, o poder do casal de ex-governadores de alterar a composição da Câmara como se lá houvesse partidas de futebol.

O que se está vendo é uma troca de titulares pelos reservas sem qualquer satisfação ao público eleitor.

Mais temerário ainda é o detalhe de que a dança das cadeiras não está sendo feita entre os edis e sim, entre um deputado federal, uma prefeita e sua equipe de soldados, movimentando-se entre os tabuleiros de acordo com a conveniência do técnico.

Os vereadores da base estão, na verdade, posicionando-se como uma tropa sempre disponível aos anseios da liderança. Uma liderança que os controla com mãos de ferro, sem oferecer aos detentores de mandato qualquer saída para a independência funcional.

Trata-se de uma base de apoio ao Governo Rosinha, formada por vinte e um agentes públicos em posição de sentido, aguardando que as ordens da cúpula sejam emanadas.

Enquanto isso, os eleitores (que ainda acreditam no mandato de vereador como forma de representação popular) assistem atônitos ao desvirtuado exercício de uma função pública tão importante.

Em verdade, o Poder Executivo e o Legislativo deveriam ser independentes e harmônicos, o que, em Campos, revela-se a contrário sensu.

Na nossa atual conjuntura, esses Poderes estão entrelaçados, amarrados e prontos para ação em conjunto em que pese isso significar total repúdio aos contribuintes, aos eleitores e à sociedade a qual eles deveriam efetivamente representar.

Enfim. O que nos parece é que antes de o eleitor votar para o cargo do Legislativo em Campos, a ele deveria ser disponibilizada a segunda opção. Isso para que de um dia para o outro, ele não ligue o rádio e seja surpreendido com uma transmissão diretamente da Casa do Povo.

Lindo, não?

Cláudio Andrade.

Um comentário:

Davi disse...

Acho que quando o Garotinho era garotinho, tinha um forte APACHE, onde os soldados devidamente protegidos por muros, massacram índios que lutavam com flechas, lanças, tacapes. Assim é Campos, um forte Goytacaz, que vê os seus representantes como índios, abatidos e manipulados pelo grande general! Lamentável!!!!!!!