segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

A violência NÃO deve ter cor partidária


Jornal Terceira Via


"Também é inadmissível personificar a morte de alguém creditando o óbito a um prefeito ou governador."

Nas últimas semanas, os municípios de Campos dos Goytacazes e São João da Barra serviram de cenário para uma série de atos criminosos. O crescente número de roubos, furtos e homicídios deixaram a população preocupada.

Vale ressaltar de início que não existe cidade que consiga zerar seus índices de criminalidade. A violência é uma ação interna que acompanha o ser humano desde os primórdios. O caminho das forças de segurança é reduzi-la ao máximo para oferecer à população a maior sensação possível de paz urbana.

No entanto, o foco que pretendo dar a essa coluna de hoje é o apelo partidário que alguns políticos têm dado a esses acontecimentos de ordem penal. Tanto os municípios de Campos como o de São João da Barra passam por transformações estruturais que trazem para o Norte Fluminense o progresso e, com ele, suas mazelas naturais. A violência é sem dúvida alguma o maior nódulo que vem atrelado a esse crescimento.

Por outro lado, a violência crescente precisa ser debatida sob uma ótica técnica. A linha do discurso político-partidário é temerária. Ela traz para o debate disputas pessoais que deixam a impressão, para a sociedade, de que a situação em si (violência) está sendo usada como tema de palanque.

As eleições gerais de 2014 já pulsam no imaginário de muitos postulantes e isso é natural para quem tem a política nas veias. Porém, aqueles que tratam os ilícitos penais que ocorreram nas últimas semanas sob a ótica eleitoral precisam rever seus conceitos.

O momento é de aglutinação. Políticos de todas as cores partidárias precisam unir forças e alinhar seus discursos para que a sociedade possa identificar nos seus representantes uma real preocupação com a metamorfose que está ocorrendo em nossa região.

Outra questão que merece destaque é a competência da Polícia Militar no combate à violência. Não restam dúvidas de que a estrutura interna do Estado confere às suas forças de segurança a obrigação de combater, junto com a polícia civil, as ações criminosas. Por outro lado, os prefeitos não podem deixar de prestar suas respectivas cotas de colaboração colocando seu grupamento municipal de guarda à disposição do estado para um trabalho conjunto.

Atualmente, não há mais espaço para que a violência seja tema de palanque. O crescimento desse fenômeno é natural quando uma sociedade experimenta algo novo. O Porto do Açu, por exemplo, irá trazer para os municípios do Norte do Estado do Rio de Janeiro uma expansão nunca antes presenciada. A estrutura que avança não traz apenas bônus social, econômico e laboral.

O ônus do progresso também é nítido e precisa ser discutido com maturidade. Um homicídio não pode ser usado de forma oportunista para que políticos façam entre si, ataques mútuos. Também é inadmissível personificar a morte de alguém creditando o óbito a um prefeito ou governador.

Infelizmente a violência não irá cessar. Por outro lado, nossos representantes podem avançar cada dia mais. Para isso, basta deixar um pouco de lado a política partidária e os projetos para 2014. Partir para ações coletivas que busquem amenizar os efeitos negativos, que o progresso também possui, deve ser a tônica.

Finalizo com as sábias palavras do escritor francês Pierre Corneille: “Quando não há riscos na luta, não há glória no triunfo”.

A hora é de união.

Cláudio Andrade

2 comentários:

carlos a bsantos disse...

Prezado Blogueiro... Na minha opinião uma dificílima, quase impossível união... Comecemos por observar e avistar no horizonte as carruagens e tentarmos visualizar microscopicamente seus passageiros... Será que podemos afirmar ainda que: "pela carruagem saberemos o que tem realmente dentro delas...? Sei não sabe...?td cabs

Davi Caju disse...

Saúde e segurança fazem parte do pilar de uma vida feliz. Isso também é de responsabilidade do governos municipal. Sê em cada entrada da cidade, e em cada praça tivéssemos um posto policial, com rádio comunicação integrado, me parece mais viável, do que carros andando aleatóriamente pelas ruas. Acionados teriam como efetuar um cerco rápido. Sugestão de um ignorante.