segunda-feira, 30 de julho de 2012

O ‘ouro negro’ e as eleições municipais


Jornal Terceira Via

A crônica e não salutar dependência do município em relação aos royalties

O município de Campos dos Goytacazes aguarda a decisão do Congresso Nacional acerca da possível redistribuição dos royalties do Petróleo. Todos nós sabemos da dependência crônica e não salutar que este e os demais municípios têm em relação ao ‘ouro negro’ do mar.

A proposta dispõe que os royalties do petróleo sejam distribuídos para todos os estados da federação pelo critério do Fundo de Participação dos estados e municípios. Rio de Janeiro e Espírito Santo, estado próximos e que extraem a maior quantidade de petróleo, teriam suas respectivas receitas reduzidas de forma drástica.

As eleições nos redutos eleitorais onde essa verba compensatória é base de sustentação estrutural são sempre concorridas, afinal o repasse dos royalties é um adicional que confere ao eleito para o executivo uma força política inegável. Um dos motivos do envio de tropas federais para esses locais é justamente a suspeita de oferta de certos serviços condicionados ao voto.

O cargo de prefeito, em Campos, não seria tão almejado se a cidade não carregasse o rótulo de “oásis” do petróleo. O discurso oficial é que sem as verbas compensatórias o município irá quebrar, ou seja, tudo de eficaz já realizado irá desaparecer. São mensagens apocalípticas direcionadas às camadas mais necessitadas da população, onde a influência dos programas sociais é nítida.

No dia 17 de junho, o jornal ‘O Globo’ noticiou que, na entrada de Campos (BR-101), a atual administração municipal anunciou em outdoors a construção de cinco mil e cem casas populares. Na propaganda institucional, há um aviso aos visitantes e moradores: “Transformando royalties em qualidade de vida. Aqui investimos royalties”. O município foi o que mais recebeu repasses no ano passado: R$ 1,2 bilhão.

Vale destacar que as verbas petrolíferas são finitas, logo, como se valer de uma situação transitória (os royalties) para a realização de projetos em tese, eternos (obras), por exemplo? Seriam os royalties a grande via para manutenção de projetos sociais temporários, esses sim, paliativos e eleitoreiros?

Qual o destino conferido pelas administrações municipais a impostos como IPTU e ISS? Caso os referidos tributos - bem como os repasses estaduais - não estejam sendo suficientes para suprir aos anseios de uma população, há necessidade de buscarmos alternativas, em curto prazo, para que os projetos sejam mantidos sem a mácula do voto atrelado.

Outra questão que não pode ser ignorada se refere aos efeitos dos pleitos municipais nas eleições em 2014, para o governo do estado. A manutenção dos royalties nos moldes atuais é a ‘tábua’ de salvação de muitos postulantes aos cargos estaduais, pois, caso os patamares de distribuição da verba compensatória sejam mantidos, diversos políticos irão transformar o que é obrigação (a prestação dos serviços), em favores à comunidade, abrindo assim, uma ‘porta larga’ para o voto direcionado.

Não estou aqui cerrando fileiras contra os projetos que se encontram em curso e que visam, em um primeiro momento, amenizar as disparidades sociais existentes em nosso município. Entretanto, temo pelo destino de nossa região quando a redistribuição ou o fim dos repasses dos royalties se tornar uma realidade e, por conseguinte, a interrupção dos serviços prestados passar a ser evidente.

Por fim, quero deixar claro, já que estamos em ano eleitoral, que se faz necessário arguir os candidatos a prefeito acerca dos seus projetos em prol da independência administrativa de nosso município, afinal alternativas desatreladas aos repasses do petróleo se fazem necessárias para a estabilidade dos atuais munícipes, bem como para proteger o futuro das novas gerações.

Cláudio Andrade

2 comentários:

Antônio Rangel disse...

Lula aceita convite de Makhoul e virá a Campos
Matéria da Folha da Manhã http://www.fmanha.com.br/politica/1343588881

O encontro entre o candidato a prefeito de Campos, Makhoul Moussallem, com o ex-presidente Lula e outros candidatos a prefeito do estado do Rio de Janeiro, pode ter rendido ao prefeitável campista mais um importante apoio na sua campanha. O médico ouviu do ex-presidente que está disposto a participar da disputa no município ativamente, inclusive posando em fotos com Makhoul e vendo na sua agenda uma possível data para estar em Campos. Também já teria sido prometida para o médico que a Dilma Roussef também venha à cidade.

O encontro de hoje aconteceu em São Paulo e, como previsto, discutiu a estratégia nacional do Partido dos Trabalhadores nos municípios com mais de 250 mil habitantes em todo o país. A proposta é que estas cidades recebam atenção especial durante a campanha política.

Cinco cidades do Rio de janeiro, além da capital, têm prioridade, segundo o PT nacional na disputa, inclusive Campos. As outras são Nova Iguaçu, Niterói, Angra dos Reis e Volta Redonda.

O que vem sendo divulgado pelos petistas da planície é de que tanto Lula como a presidente Dilma Rousseff irão participar das campanhas, sendo que a visita da presidente já foi confirmada pelo próprio Makhoul, que esteve com ela no último dia 6 deste mês.

Por conta dessa estratégia petista, Makhoul terá uma equipe de marketing para a campanha de fora de Campos e, como adiantou anteriormente em entrevista à Folha, outras ações serão realizadas como o lançamento da campanha em regiões do município sempre com um convidado de peso. Após a reunião em SP, Makhoul já voltou para Campos e, à noite, segue com agenda de campanha.

Comento: Será que vem mesmo? Os "inhos" já declararam que duvidam.

Espero que venham mesmo e não fique somente com material gravado e fotos. Deem também o suporte necessário aos Drs. Makhoul e Andral, inclusive material, marketing, estratégias de campanha, treinamento para os debates, etc.
Tenho gravados todos os debates de 2008 na TV Record e InterTV em DVD, tanto 1º como 2º turno e hoje revendo vimos que a Rosinha tem muito timing de TV. Arnaldo, por exemplo, se perdeu muito nas respostas das provocações e no aproveitamento do tempo de TV em 2008, então agora o Dr. Makhoul deveria passar por um treinamento com profissionais de TV, para saber quando olhar para a câmera e o que dizer sem se perder nas respostas que deverão ser as mais objetivas possíveis.
A luta será pesada porque os "inhos" não brincam em serviço e tem a ajuda da máquina do governo na mão.

A conferir.

Anônimo disse...

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