"Roberto Soares de Vasconcellos Paes é auditor da terceira comissão do STJD. Também é conselheiro do Atlético Mineiro, como se pode ver no site oficial do clube, conselheiro listado com o número 44. Na seção 77/2012, de 5 de setembro, Roberto Vasconcellos participou de votação que envolvia o Atlético Mineiro, seu clube de coração, e o Cruzeiro, maior rival.
Só não votaria se apontasse a si mesmo como IMPEDIDO. No passado recente, apenas o auditor Marcos Bazílio, tricolor, se julgava impedido nas questões que envolvessem o Fluminense. Exemplar!
Na sessão 77/2012, de 5 de setembro, dois auditores pediram perda de quatro mandos de campo do Cruzeiro pelos incidentes do estádio Independência, no clássico contra o Atlético. Roberto Vasconcellos pediu oito. O presidente da terceira comissão, Fabrício Dazzi, pediu seis jogos e seu voto prevaleceu.
O Palmeiras, pelos incidentes do Pacaembu no clássico contra o Corinthians, perdeu quatro mandos de campo.
Na mesma sessão, o atacante Bernard, do Atlético, foi condenado a dois jogos de suspensão, pelos incidentes com Leandro Guerreiro, também no clássico mineiro. Roberto Vasconcellos pediu um jogo de suspensão, já cumprido pelo atacante.
Bernard conseguiu efeito suspensivo e o julgamento do recurso do Cruzeiro diminuiu a pena para quatro partidas. O exemplo de Roberto Vasconcellos serve apenas para mostrar que os problemas do STJD não se resumem ao auditor Jonas Lopes e sua ridícula ilustração no facebook.
"O caso foi de infelicidade extrema", resume o procurador geral do STJD, Paulo Schmidt, a respeito do caso Jonas Lopes-Ronaldinho Gaúcho.
"O Roberto Vasconcellos é mais mão pesada do que os outros. Muitsa vezes, diverge de nossas decisões", diz o presidente da terceira comissão, Fabrício Dazzi, defendendo o colega. Faltou dizer que, com Bernard, Vasconcellos foi mão leve.
O problema não é ter um time de coração. Os auditores têm seus clubes, como também têm os jornalistas, árbitros, técnicos e jogadores. Há, no entanto, uma diferença. Jornalistas, árbitros, técnicos e jogadores têm em suas profissões seu ganha-pão. Ou colocam a profissão acima do clubismo ou perdem o leite das crianças. No caso dos auditores, cabe o ditado: à mulher de César não basta ser honesta, tem de parecer honesta.
Os auditores dos tribunais esportivos dedicam-se a seus escritórios durante o dia e participam das sessões no iníciio da noite. Na nova configuração do tribunal, há paulistas e cariocas, principalmente, mas há também torcedores de clubes de outros estados, como Roberto Vasconcellos, atleticano e conselheiro de seu clube.
Torcedores?
Não, não. No tribunal, eles deveriam ser auditores. Deveriam..."
Blog do Paulo Vinícius
ESPN
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