Jornal Terceira Via
Na última terça-feira (13 de novembro), durante palestra em São Paulo, o ministro petista, José Eduardo Cardozo, disse que “preferia morrer” a ficar preso diante um sistema prisional como o nosso. As declarações de Cardozo causaram perplexidade e ganharam as manchetes dos principais jornais e sites do país. Tais afirmativas surgem em um momento onde alguns de seus companheiros de ciclo político encontram-se na iminência de ingresso em algum presídio, vendo o sol ‘nascer quadrado’ devido à condenação na Ação Penal 470 (Mensalão).
É verdade que o sistema carcerário brasileiro é deficitário e quase que inócuo quanto à ressocialização de um detento. Alguns continuam a cometer crimes enquanto cumprem penas e outros, aprendem com os de mais periculosidade. Impera-se um posicionamento. Ou você escolhe um lado, obedece às regras e cumpre ordens ou está fadado ao óbito. O cárcere não é o destino recomendável a ninguém. Contudo, por vezes, não há outro caminho senão esse. A exemplo, José Dirceu, condenado a dez anos e dez meses de prisão e ao que tudo indica, frequentará o ambiente temido por José Eduardo Cardozo.
Imagino que as declarações de Cardozo tenham surgido quando ele, perplexo e postado diante da televisão, assistiu à condenação de seus pares. Em seu confortável aposento, olhou-se no espelho e fez uma regressão, analisando se no seu passado de vida pública existe algo que possa conduzi-lo ao banco dos réus no Supremo Tribunal Federal. Quando tais condenações foram impostas, Cardozo deve ter sentido um verdadeiro ‘frio na espinha’ e concluído que isso não acontece somente com os pobres mortais. Todos nós estamos sujeitos a um julgamento.
Penso que as declarações de nosso Ministro da Justiça acerca do Sistema Carcerário do Brasil não passam de pura tradução de medo. Um temor (em estado latente) de, um dia, ser mais uma vítima das lendárias FORÇAS OCULTAS. Enquanto isso, o futuro se aproxima, pois o tempo não para!
Cláudio Andrade
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