É manhãzinha. Manhãzinha fria com poucas perspectivas de que será coberta pelo manto dourado dos raios de sol.
A mulher que madrugara entreabre a janela do apartamento.
Do sexto andar visualiza ao longe uma bandeira brasileira fincada no telhado de um dos casebres situados no alto de um dos morros da cidade (afinal estamos em mais uma Copa do Mundo).
Bem próximo ao céu o pendão verde e amarelo tremula como a acariciar as nuvens.
Como o prédio em que mora é situado na confluência de ruas dá para observar o que se passa em calçadas e esquinas múltiplas.
Vários personagens do cotidiano já estão em movimento. Detém o olhar sobre um deles.
Um homem pára a caminhonete. Desce. Começa empilhando sobre a calçada vários caixotes com frutas e legumes frescos. Parecem ser colhidos na hora. O VERDE das hortaliças assim como o AMARELO das frutas brilham ao olhar curioso da observadora matinal.Tudo faz lembrar o Brasil na Copa do mundo.
Num ir e vir frenético, o homem descarrega a mercadoria que, por certo, irá abastecer os fast food do shopping próximo, bem como aos self service dos restaurantes das ruas centrais.
Mesmo à distância dá para se notar que o cidadão já está com a surrada camisa (que não tem as cores da pátria) coberta de suor apesar da baixa temperatura.
A mulher o reconhece de outras manhãs em que acordara cedo para espiar a rua.
Entra ano e sai ano lá está ele, feliz, assobiando uma canção.
Defende o seu pão de cada dia e contribui para o bem estar do país.(sem,talvez ter tempo de pensar na Copa do mundo)
Sem dúvida, um autêntico patriota.
Walnize Carvalho
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