quarta-feira, 28 de novembro de 2012

MPF oferece denúncia contra empresária campista




A 2ª Vara Federal de Campos dos Goytacazes (RJ) recebeu denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra a empresária Kenya Thomaz Mayrinck Dias, moradora do município, por prática de discriminação e preconceito de cor contra negros, depois de uma publicação na rede social Facebook. O texto divulgado pela denunciada tinha como objetivo desmerecer a referida etnia como um todo.
 

Para o MPF, Kenya Thomaz cometeu infração penal definida no artigo 20, paragráfo segundo, da Lei 7.716/1989, que aborda questões sobre a dignidade pessoal, seja individualmente, como coletivamente. Se condenada, ela pode pegar de 2 a 5 anos de reclusão. A Justiça Federal entendeu que há elementos probatórios da ocorrência do crime praticado pela denunciada.

O MPF pediu ainda que Kenya seja condenada a pagar indenização para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pela coletividade.

O post foi publicado na internet no dia 25 de outubro deste ano e teceu comentários de cunho racista e discriminatório em relação à população negra. Kenya afirmou, entre outras declarações, que entendia o preconceito existente na sociedade e "porque certas pessoas deveriam permanecer no tronco", uma referência ao período em que os negros eram escravizados. A denúncia foi feita pelo procurador da República Eduardo Santos de Oliveira.

A representação contra Kenya Thomaz foi apresentada ao MPF pelo Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial em Campos dos Goytacazes para adoção das medidas judiciais cabíveis. A competência do MPF no caso é justificada pelo fato de que o Brasil segue a Convenção Internacional sobre Eliminação de todas as Formas de Discriminação 
Racial, além da existência de artigo na Constituição Federal que dispõe sobre a prática do racismo.

Assessoria de Comunicação Social
Procuradoria da República no Rio de Janeiro

3 comentários:

Anônimo disse...

Para nós que iniciamos esse movimento é uma felicidade ver que a justiça não se abstém!

Anônimo disse...

Para mim, que fiz parte do movimento que denunciou este absurdo, é de felicidade extrema ver que a justiça não se absteve e que todo o nosso esforço está tendo resultado.

Anônimo disse...

o crime foi esse mesmo?