quinta-feira, 26 de abril de 2012

Polícia Federal aponta possível envio de verba de Cachoeira para o governador Perillo





Policial relata conversa entre contraventor e contador com menção a 'provável grande quantidade de dinheiro enviada à sede do governo goiano


O inquérito da Polícia Federal na Operação Monte Carlo indica que intermediários do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, entregaram "grande quantidade de dinheiro" para o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), no Palácio das Esmeraldas, sede do Poder Executivo local.


Gravações telefônicas realizadas pela PF no dia 10 de junho do ano passado flagraram o contador de Cachoeira, Geovani Pereira da Silva, informando ao chefe que estava enviando, via dois assessores, uma caixa de computador "com aquele negócio" para ser entregue no Palácio.



Tratava-se de dinheiro, segundo trecho de relatório da PF intitulado "Entrega de dinheiro no Palácio do Governo de Goiás". O agente responsável pela análise observa que era preciso cruzar as informações com dados da movimentação financeira da quadrilha. "Provável grande quantidade de quot;, escreve o policial no relatório, ao qual o Estado teve acesso.

De acordo com as investigações, os dois auxiliares de Cachoeira que combinaram a entrega do dinheiro são Gleyb Ferreira da Cruz, apontado como braço direito para assuntos financeiros da quadrilha, e o ex-vereador do PSDB de Goiânia Wladimir Garcez Henrique - ambos presos em fevereiro. 

As gravações telefônicas da PF mostram que Gleyb buscou o dinheiro com Geovani e se encontrou com Wladimir, que já estava esperando no Palácio das Esmeraldas. Todos os passos dos auxiliares eram monitorados por Cachoeira. As informações são do Estadão.

2 comentários:

Anônimo disse...

Conta tudo, Cachoeira

EIS A HISTÓRIA DE UM HOMEM QUE QUIS COMPRAR O BRASIL INTEIRO E QUASE CONSEGUIU

Leonardo Attuch
Interpretado por Al Pacino, Michael Corleone não tinha lá muita vocação para o crime. Parecia ser o mais frágil dos irmãos e o menos apto a suceder Don Vito Corleone, vivido por Marlon Brando, no comando da máfia. Carlos Augusto Ramos, nosso Carlos Cachoeira, era também filho de bicheiro. Desde jovem, Carlinhos sentiu na pele o peso da rejeição social. Nasceu em Anápolis, uma cidade com seus próprios complexos, tida como rota de passagem entre duas capitais – Brasília e Goiânia –, e nunca se sentiu plenamente inserido na sociedade. Era rico, mas não tinha pedigree. Portanto, nunca foi devidamente respeitado.

Eis a raiz psicológica que explica os distúrbios do nosso Poderoso Chefão. Assim como Michael Corleone, Cachoeira tentou migrar do crime para atividades legais – ou, pelo menos, menos ilícitas. E, assim como o personagem do filme, ele também fracassou, ainda que tenha diversificado seus negócios para muito além do jogo. Cachoeira era fabricante de remédios, empreiteiro, dono de shopping centers e fazendeiro. Mas, em todas as atividades empresariais em que se envolveu, utilizou métodos de quadrilha, como grampos ilegais, extorsões, chantagens e propinas.

É por isso que o Brasil está prestes a experimentar a mais emocionante de todas as CPIs. Nunca antes na história deste país um contraventor foi tão audacioso. Com complexo de grandeza, Cachoeira se julgou capaz de se infiltrar no Congresso e de colocar de joelhos governos democraticamente eleitos. Quase conseguiu. Há rumores até de que vinha organizando o maior de todos os mensalões: a mesadinha parlamentar para liberar o jogo no Brasil, com o valor de tabela de cada deputado e senador.

Seu esquema parecia perfeito. Envolvia proteção policial, retaguarda política e uma montanha de dinheiro. Mas a ambição desmedida sempre cobra seu preço. Cachoeira produziu crises no governo Lula, com os filmes de Waldomiro Diniz e Maurício Marinho, infiltrou-se no governo goiano e tentou tomar conta também do Distrito Federal. O que mais ele pretendia?

Como consolo, eis agora a oportunidade de revelar os nomes de todos aqueles que estavam no seu bolso. Diante dele, na CPI, quantos inquisidores não terão sido favorecidos por suas doações? Conte tudo, Cachoeira. Dê nome e sobrenome. E, assim como na saga do Poderoso Chefão, cite a frase de Michael Corleone. A de quanto mais alto subiu na escala social, mais podridão descobriu.

Anônimo disse...

Garotinho envolvido com Cachoeira agora no JN, que vergonha!!!!