Fato raro eu discorrer em meu espaço acerca da Segurança Pública. Acho um tema batido e fadado a resultados pífios. Entretanto, há necessidade de alertarmos a sociedade para um fenômeno perigoso. As milícias.
Todas as comunidades carentes não possuem do Estado à assistência devida. A luz, o gás, o atendimento médico, o casamento e o enterro, por exemplo, são realizados pelos grupos de apoio. São serviços realizados pelos milicianos em troca da taxa de manutenção de segurança. A milícia cresce com ‘olho de gato’ pensando no reino do leão. Ocupam as lacunas deixadas de forma irresponsável pelo Estado e, sob o manto da bondade, agregam serviços e confiança. Tornam-se protetores de uma fatia da população que, mediante pagamento prévio, direcionam ao poder substituto, o que já pagam aos entes federativos. Os tributos.
As moradias irregulares que formam grande parte das comunidades carentes dos morros cariocas possuem ‘ares’ de cidade, devido ao silêncio dos poderes constituídos. Poderes constituídos realizadores de medidas paliativas, sensacionalistas e eleitoreiras. Nenhuma das medidas com metas para longo prazo.
A raiz da milícia é a mesma do tráfico. Nasce e se ‘alimenta’ das necessidades e das dependências de um povo sofrido, que já perdeu a esperança e por isso, traz em seu âmago, a necessidade da busca por um sistema de proteção, mesmo sendo ele denominado de Milícia. Poder vergonhosamente paralelo.
A falsa paz creditada aos homens da milícia é na verdade um império de horror e medo. Traz na falsa pacificação, a forma coercitiva de resolver lides e sentenciar homens e mulheres transgressores. Em contrapartida, o Estado, por meio de seus representantes, realizam políticas de impacto. Inauguram pedras fundamentais em obras nunca concluídas, entregam ambulâncias e carregam crianças no colo.
Trata-se de um Estado adormecido; meio vendido, meio dado. Entregue aos espertos descobridores de brechas. Ilusionistas da paz social que, armados até os ‘dentes’ não deixam de apresentar a sua verdadeira ‘face’ quando suas regras de proteção são descumpridas.
A casa caiu para todos nós e não há mais tempo para demagogias. Condomínios fechados, cercas elétricas e seguranças particulares não serão o bastante para conter a descida da Milícia que, sabedora da similaridade entre os problemas daqui e os de lá, se aproximam de forma sorrateira de nós, diante de nossos atônitos e indefesos olhares.
Artigo de minha autoria publicado no jornal O Diário de hoje.
Cláudio Andrade.
Todas as comunidades carentes não possuem do Estado à assistência devida. A luz, o gás, o atendimento médico, o casamento e o enterro, por exemplo, são realizados pelos grupos de apoio. São serviços realizados pelos milicianos em troca da taxa de manutenção de segurança. A milícia cresce com ‘olho de gato’ pensando no reino do leão. Ocupam as lacunas deixadas de forma irresponsável pelo Estado e, sob o manto da bondade, agregam serviços e confiança. Tornam-se protetores de uma fatia da população que, mediante pagamento prévio, direcionam ao poder substituto, o que já pagam aos entes federativos. Os tributos.
As moradias irregulares que formam grande parte das comunidades carentes dos morros cariocas possuem ‘ares’ de cidade, devido ao silêncio dos poderes constituídos. Poderes constituídos realizadores de medidas paliativas, sensacionalistas e eleitoreiras. Nenhuma das medidas com metas para longo prazo.
A raiz da milícia é a mesma do tráfico. Nasce e se ‘alimenta’ das necessidades e das dependências de um povo sofrido, que já perdeu a esperança e por isso, traz em seu âmago, a necessidade da busca por um sistema de proteção, mesmo sendo ele denominado de Milícia. Poder vergonhosamente paralelo.
A falsa paz creditada aos homens da milícia é na verdade um império de horror e medo. Traz na falsa pacificação, a forma coercitiva de resolver lides e sentenciar homens e mulheres transgressores. Em contrapartida, o Estado, por meio de seus representantes, realizam políticas de impacto. Inauguram pedras fundamentais em obras nunca concluídas, entregam ambulâncias e carregam crianças no colo.
Trata-se de um Estado adormecido; meio vendido, meio dado. Entregue aos espertos descobridores de brechas. Ilusionistas da paz social que, armados até os ‘dentes’ não deixam de apresentar a sua verdadeira ‘face’ quando suas regras de proteção são descumpridas.
A casa caiu para todos nós e não há mais tempo para demagogias. Condomínios fechados, cercas elétricas e seguranças particulares não serão o bastante para conter a descida da Milícia que, sabedora da similaridade entre os problemas daqui e os de lá, se aproximam de forma sorrateira de nós, diante de nossos atônitos e indefesos olhares.
Artigo de minha autoria publicado no jornal O Diário de hoje.
Cláudio Andrade.
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