Imaginem se pudéssemos chegar ao balcão de uma loja pedindo: - Embrulhe em papel de presente (o mais vistoso) uma caixa recheada de Paz. Ou se ligássemos para um hortifruti solicitando: - Separe duas dúzias (bem fresquinhas) de Harmonia e traga no endereço tal. Ou se fizéssemos (via Internet) uma encomenda urgente de três pacotes de Felicidade?!? No mínimo, significaria devaneio ou surto de loucura! Mas se somos todos loucos por “essa tal felicidade” seria uma conquista e tanto. Seria?
Convenhamos que se nos fartássemos de tais iguarias em tamanha proporção estaríamos fadados à indigestão que anti-ácido algum daria jeito.
A escolha sensata seria saborear esses doces sentimentos (Paz, Harmonia e Felicidade) em porções balanceadas e mescladas com amargos sabores (Dor, Tristeza e Saudade): uma refeição – digamos assim – agridoce.
A vida nos oferece um banquete de cardápio variado. Só nos resta optar pelo “prato” a ser digerido, seja ele quente ou frio.
Assim, em nossas decisões, pesamos na balança qual o caminho a seguir. Ou renunciamos a um projeto tão sonhado ou persistimos nele até que se concretize.
Muitas vezes perdemos ou ganhamos; lutamos ou resignamos; nos reprimimos ou nos libertamos no pingue-pongue do cotidiano.
Há dias em que o choro nos lava a alma. Em contrapartida, há momentos em que o nosso riso em excesso revela uma falsa euforia.
Repetimos à exaustão: “Todos temos o direito de ir e vir”. Mas sabemos sempre quando ir ou quando vir?
Será que avaliamos com precisão quando é a Razão ou o Coração que deve falar mais alto?
Retomo a Felicidade. Ela, manjar dos deuses de qualquer ser mortal é bem definida
nos versos de Vicente de Carvalho:
“Felicidade...
Esta árvore milagrosa que supomos/ arriada de dourados pomos/ existe sim,/ mas nós não a alcançamos/ porque está sempre onde a pomos/ e nunca pomos onde nós estamos”.
Walnize Carvalho
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