segunda-feira, 2 de abril de 2012

Receio de perder o foro privilegiado faz senador Demóstenes Torres retardar decisão sobre renúncia



"Em privado, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) discutia na noite passada a hipótese de renunciar ao mandato de senador. Trocou ideias sobre o tema com amigos e com Antonio Carlos de Almeida Castro, o advogado que o defende no processo que apura suas relações com o contraventor Carlinhos Cachoeira.

Com a corda no pescoço, Demóstenes retarda sua decisão por receio de perder a prerrogativa de foro. Renunciando à cadeira no Senado, o inquérito em que arde sua reputação não seria mais julgado pelo STF.

Demóstenes é promotor de Justiça licenciado do Estado de Goiás. Teria de reassumir suas funções. Em tese, como o escândalo envolve crimes federais, o foro passaria a ser o Tribunal Regional Federal –no caso, o TRF da primeira região, sediado em Brasília.

Porém, o STF já decidiu em episódios anteriores que os promotores devem ser julgados pelos tribunais estaduais mesmo quando chamados a responder por delitos federais. Prevalecendo esse entendimento, Demóstenes iria à grelha do Tribunal de Justiça de Goiás.

A eventual renúncia sujeitaria Demóstenes a riscos adicionais. Não são negligenciáveis as chances de que venha a responder a processo disciplinar no Ministério Público goiano. No limite, pode ser expulso da carreira de promotor.

Nesse caso, perderia também o foro do Tribunal de Justiça. Ficaria ao alcance de um juiz de primeiro grau, o mesmo que mandou para a cadeia o “amigo” Cachoeira e o bando dele. Em meio a tantas variáveis, Demóstenes hesita". As informações são do jornalista Josias de Souza.

5 comentários:

Antonio Rangel disse...

O destino de Demóstenes e a safadeza oportunista

Ainda que a defesa do senador Demótenes Torres (DEM-GO) consiga anular em juízo as evidências colhidas contra ele pela Polícia Federal — já que só poderia ter sido investigado com autorização do STF —, dificilmente conseguirá manter o mandato. Se não renunciar, a chance de que venha a ser cassado é gigantesca. O conteúdo de suas conversas com Carlinhos Cachoeira, que vieram a público, é incompatível com sua função, e ele certamente sabe disso. Até porque é quem é e construiu uma reputação no Senado de inimigo da corrupção — e também porque é um dos nomes mais visíveis da oposição —, o “caso pegou”. Não há como ele encontrar uma explicação virtuosa para o que se ouviu e se leu até agora. É evidente que não deixa de ser irônico, quase um escárnio, ver um José Sarney (PMDB-AP), presidente do Senado, a afirmar que a situação do colega é muito difícil. Mas assim são as coisas.

É evidente que a proximidade de Demóstenes — e, veremos em breve, de muitos outros políticos — com Carlinhos Cachoeira eram desconhecidas. Os sites e blogs financiados pelo oficialismo petista e por estatais gritam suas ridicularias, afirmando que ele era protegido pela imprensa. Mentem para tentar proteger um chefe de quadrilha (já volto a esse ponto). Ora, por que eles próprios, tão íntimos dos sistemas de informação e de setores da “polícia política”, não denunciaram Demóstenes antes? Porque, como toda gente, também ignoravam as evidências que têm vindo a público. Ou alguém acredita que os esbirros do petismo teriam permitido que o senador fustigasse o governo, como de hábito fazia, se conhecessem suas ligações perigosas?

E isso explica por que afirmo que Demóstenes está politicamente liquidado ainda que mantenha seu mandato. Mesmo o senador de reputação ilibada de há pouco mais de um mês jamais cairia do gosto do eleitorado que pende do petismo para a esquerda. Ele havia se tornado — e por bons motivos (os públicos) — uma referência, sim, para os que iam, no espectro ideológico, do centro para a direita. E essas pessoas, felizmente, repudiam o que conhecem agora.

É evidente que o episódio é péssimo para uma oposição parlamentar já raquítica. Exceção feita a alguns destemidos — e se acreditava que Demóstenes estivesse entre eles —, os verdadeiros oposicionistas do governo Dilma, convenham, estão mesmo é no PMDB. São eles que criam dificuldades para a governanta. Mas voltemos. O caso é ruim, sim, para a oposição, mas não deixa de revelar um traço saudável de parcela importante da opinião pública. A esmagadora maioria do eleitorado de Demóstenes e aqueles que ele conquistou com sua firme atuação no Senado — A PARTE CONHECIDA DESSA ATUAÇÃO — não votariam mais nele. Hoje ele não seria eleito nem por petistas (obviamente) nem por antipetistas. Já muitos “companheiros” que se identificam com o PT não teriam o menor pudor em votar em José Dirceu, por exemplo. NUNCA SE ESQUEÇAM, SENHORES! OS PETISTAS FIZERAM DO MENSALEIRO JOÃO PAULO CUNHA PRESIDENTE DO “CONSELHO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR” DA CÂMARA!!!

Continua..

Antonio Rangel disse...

Compreenderam como são as coisas? Um mensaleiro petista é presidente o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados! Nada menos!!! Por vontade, obviamente, do PT. Duvido que haja democracia no planeta que indicasse para tal função alguém que está sendo processado pela corte suprema do país. Mas acontece no Brasil. José Genoino, presidente do PT no tempo do mensalão, é assessor especial do… Ministério da Defesa!!! Sim, Genoino comandava o partido quando se tomou a decisão, por exemplo, de pagar a campanha eleitoral de Lula com dinheiro de origem ilegal, em dólar, no exterior. E qualificou-se para dar palpites justamente na área de… Defesa!!!

Analfabetos morais
Os analfabetos morais — estimulados pelos esbirros do poder, que ficaram ricos mamando nas tetas públicas —, quando leem algo assim, acham que estou tentando pegar leve com Demóstenes. Não! É justamente o contrário! Que seja punido com a máxima severidade por aquilo que tiver feito. Mas e os outros? A minha pergunta permanece: quando esse método de acumular gravações — e depois vazá-las — vai contemplar também os “companheiros”? A moral de duas casacas dessa gente é um troço asqueroso. Já escrevi aqui: SAUDÁVEL SÃO OS ANTIGOS ADMIRADORES E O ELEITORADO DE DEMÓSTENES, QUE NÃO O PERDOAM. DOENTES, OU COISA PIOR, SÃO OS ADMIRADORES E O ELEITORADO DE ZÉ DIRCEU. Não veem a hora de que recupere seus direitos políticos para votar nele. Psicopatia. Sociopatia. Esquerdopatia.

Operação Mensalão
Carlinhos Cachoeira está no lugar certo por tudo o que se sabe de suas atividades: a cadeia. O senador Demóstenes Torres, dado o que veio a público sobre suas ligações subterrâneas com o contraventor, está conhecendo o inferno político — e sabe que dificilmente encontrará defensores entre seus antigos admiradores. A questão realmente intrigante é outra: QUE DIABOS ISSO TUDO TEM A VER COM O MENSALÃO, COMO BERRAM EM UNÍSSONO OS BLOGS E SITES DO JORNALISMO DO ESGOTOSFERA GOVERNISTA? A resposta é claríssima: NADA!!!

Trata-se apenas da tentativa de pegar carona no episódio para lançar uma grande sombra de suspeição sobre episódios que caracterizaram uma verdadeira operação criminosa: o mensalão! A síntese é mais ou menos esta: “Se Demóstenes é culpado, então somos todos inocentes”. Daqui a pouco alguém vai dizer que a tramoia dos aloprados, em 2006, também foi uma conspiração das oposições, da imprensa e de Carlinhos Cachoeira!!!
Todo mundo faz muito bem em exigir que Demóstenes pague por suas ligações com Cachoeira, tenham a extensão que tiverem. Mas isso não faz de Dirceu um não-Dirceu. Isso não faz de Delúbio um não-Delúbio. O país que rejeita o que se descobriu da atuação de Demóstenes é uma país saudável. O que aproveita o episódio para aplaudir aquele que a PGR chama de “chefe de quadrilha” e para proclamar a sua grandeza é doente ou safado.

Por Reinaldo Azevedo - Veja

Anônimo disse...

Essa sanagem de foro privilegiado, tem que acabar urgentemente.

A população através da sociedade organizada deveria colher assinatura e exigir que essa pouca vergonha,tenha fim, no Brasil.Parece que estamos na ditadura militar , ocasião em que os políticos e os chefes tinham tal prerrogativa.

Dirceu disse...

Rangel, rangel, vai cuidar do fígado!Ui!

Anônimo disse...

Pegando carona na Veja. Gigolô da cultura alheia!