A sociedade é mutante e quanto a isso não há dúvidas. Os fatores determinantes para as alterações sociais são inúmeros e possuem pesos que variam de acordo com os momentos históricos. Dentre os pontos que se modificam na sociedade estão a moral, a ética e os valores. Com relação aos valores, devemos lembrar sempre que, o nosso bem maior continua sendo a vida.
A vida deve ter proteção em todos os aspectos. Percebendo a sua importância, o legislador constitucional colocou o direito de estar vivo de forma expressa em nossa Carta Magna. Apesar do amparo constitucional, hoje em dia, a vida não é valorizada. Na prática, a vida tem sido perdida de forma corriqueira e banal. Mata-se por um prato de comida, por um não recebido, pela desilusão amorosa, pela falta de emprego, pela demora na ultrapassagem, ou seja: estamos morrendo todos os dias, por nada.
O número alarmante de crimes contra a vida, em nossa cidade, é uma prova nítida da banalização de nosso bem maior. Deixando de lado os crimes oriundos do tráfico, vale ressaltar que, os homens não estão conseguindo conter seus ‘bichos’ internos. Quando estão nas ruas, parecem bestas feras que, na direção de seus carros, de suas motos ou com uma arma na mão, encaram ruas, avenidas e as próprias relações, como ‘arenas’ de guerra, onde sempre vence o mais covarde.
Qualquer mobilização individual ou conjunta é pouco para o que realmente necessitamos. Temos que recuperar o valor de nossas vidas. Devemos reativar o status de bem maior conferido à vida, pela Constituição.
Não podemos mais olhar com naturalidade um cadáver no asfalto. Não podemos perder a nossa indignação ao lermos casos em que casais são assaltados nos seus lares; amarrados e banhados em álcool, prestes a serem carbonizados.
Todas as ações realizadas pelas entidades de classe ou pelo governo são bem vindas. Entretanto, nada terá efeito prático se não pudermos resgatar o verdadeiro valor da vida. A extinção da violência é algo utópico. Entretanto, a sua redução aos limites aceitáveis para uma cidade de médio porte como Campos, é obrigação dos Poderes Constituídos e também de nós cidadãos. Não podemos nos indignar somente quando a violência ‘bater’ em nossa porta. Quando isso acontecer; pode ser tarde demais.
Artigo de minha autoria publicado no Jornal O Diário
Cláudio Andrade
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