segunda-feira, 28 de abril de 2014

O desabafo de um guarda Municipal de Campos


Ontem, no programa de rádio “Conexão Cláudio Andrade”, recebi a visita do guarda municipal -Silas da Costa Monteiro - que nos pôs a par do quadro fático da Guarda Municipal de Campos em que pese fazermos parte de um Estado Democrático de Direito.

Segundo o relatado pelo Sr. Silas, a Prefeitura de Campos tem um efetivo de dois mil e quinhentos e vinte e cinco guardas municipais no regime celetista, afastados de suas funções. Eles se encontram com suas carteiras de trabalho “em aberto” e ativos junto à Caixa Econômica Federal.

A meu ver, esses guardas municipais deveriam estar trabalhando efetivamente nas ruas até porque a necessidade é evidente . Porém, eles estão afastados, sem receber seus proventos e impedidos de prestarem atividades de outro gênero já que são servidores públicos.

Ainda segundo o Sr. Silas, essa situação irregular teve início, na época em que o Prefeito da cidade era o advogado Carlos Alberto Campista, que assinou as carteiras de trabalho com uma falha administrativa.

Fiquei ainda mais estarrecido quando ele nos noticiou que, em nosso município, trezentas pessoas estão exercendo a função de guarda municipal, tendo sido aprovados no concurso para auxiliar de vigilante. Dessa forma, não poderiam estar usando farda, mas estão e há aproximadamente dois anos, em um grotesco desvio de função, além de não recebem seus proventos como guardas municipais.

Essa questão reflete vários descumprimentos de ordem trabalhista e administrativa que, se provadas em Juízo, ensejarão resultados severos para o empregador: a Prefeitura de Campos.

Certo, ainda, que os ‘afastados’ que, em tese, estão na ativa e os auxiliares de vigilância em desvio de função estão sendo lesados em vários aspectos legais, o que demanda posição firme do Ministério do Trabalho e da Secretaria de Administração do nosso município.

Quantas famílias, sustentadas por essas pessoas (os guardas de direito e os de fato), estão sendo prejudicadas? Segundo Silas da Costa Monteiro, há guardas municipais acamados e outros, em situação precária já que possuem apenas tal fonte de renda.

Em um município – como o de Campos - onde o ‘milhão’ é figura fácil quando o assunto é show e folia, há dois mil, quinhentos e vinte e cinco cidadãos fora de seus devidos postos de trabalho sem que haja uma satisfação, ao menos plausível, do Poder Público ou uma ação contundente dos Órgãos fiscalizadores.

Ainda segundo o Sr. Silas, conforme circular nº 0438/2014, datada do dia sete de abril, o Comandante Geral interino da Guarda Municipal de Campos, Francisco José Pereira Melo, solicitou aos guardas “afastados” que, em todas as manifestações em busca de seus direitos, não usassem o fardamento da Guarda já que não estão sendo efetivamente considerados pelo Poder Público como tais.

Em um município em que o lugar onde a Guarda Municipal mais está não é na rua tampouco guardando um prédio público é, no mínimo, curioso.

Isso porque os guardas “afastados” - sem saberem por que assim estão - encontram-se em casa, fiscalizando o trânsito familiar e os que não estão aptos a exercerem a função assim o estão em uma irregularidade que nos causa repúdio.

Esperamos que, com o apoio da imprensa, possamos obter uma solução digna e compatível com a necessidade de se saber o que está verdadeiramente ocorrendo.
O desprezo por uma profissão tão nobre não pode ficar impune já que, todos os dias, o som do apito ecoa nos lares desses tão prejudicados chefes de família.

Cláudio Andrade.

3 comentários:

Márcio disse...

Boa Noite Claudio Andrade, eu sou desse grupo de guardas municipais afastados, e fico muito triste com tamanho desrespeito da prefeitura de Campos. Dinheiro para carnaval e folia eles tem de sobra mas para acertar as contas dos trabalhadores honestos eles fogem. Um absurdo dessa prefeita que não está nem aí e não tem um pingo sequer de respeito com os guardas municipais da nossa cidade.

Juliano M. de Sousa disse...

Bom dia, Cláudio

Acompanho com interesse as coisas da cidade. Admiro suas convicções e elas tem me ajudado a tirar conclusões. Não estava morando em Campos nesta última eleição, e portanto não votei aqui. O objetivo de minha participação é contribuir com a verdade.

Durante o tempo que morei em Belo Horizonte, tive o despertamento de que para termos uma cidade melhor, é preciso que cada morador,seja participante ativo, inteirado não só dos problemas de seu bairro, mas do dia a dia da cidade e do comportamento do governo local.

Tenho feito observações, e de acodo com o que percebo, faço críticas, encaminho cobranças ao poder público e também elogio quanto tenho que elogiar. Vi no ano passado duas reportagens de manifestação de guardas municipais.

Na reportagem da Inter TV o guarda apresentou esse mesmo discurso que você reproduz, e não ouviram ninguém do Comando da Guarda, ou de outro órgão da Prefeitura. Na reportagem da TV Record, o discurso foi o mesmo, mas a emissora ouviu a PRefeitura. No resumo, ficou claro que trata-se de um grupo remanescente dos mais de 2.000 cabos eleitorais contratados para campanha do então candidato Carlos Alberto Campista, que assim que tomou posse tratou de contratar todo mundo sem concurso público e muito poucos trabalhavam.

Foi explicado que afunção de Guarda, somente pode ser exercida por quem passou por concurso público. Por conta disso a JUSTIÇA julgou a causa deles e considerou os contratos nulos porque feriram a lei. Achei injusto demitirem aqueles que realmente trabalharam sem pagar os direitos. Liguei para a PRefeitura para saber da situação de um senhjor vizinho meu, morador de Guarus, que estava doente e precisava de ajuda.

Procurei informações pessoalmente na PRefeitura, mas a diretora ou gerente do Recursos Humanos, muito educada e atenciosa (me esqueci o nome dela) me informou que a determinação da Justiça tinha que ser cumprida, embora os Guardas tivessem sido orientados a recorrer, o que foi feito, e a decisão mantida, transitada em julgado. "Mesmo assim (contratos considerados nulos pela Justiça), a Prefeita determinou que o Fundo de Garantia fosse pago, por entender ser justo", me informou a responsável pelo Recursos Humanos.

Uma assistente social de lá me mostrou reportagens publicadas pela PRefeitura orientando aos contratados deforma irregular como guardas para que apresentassem suas carteiras para dar baixa e reecber a chave para liberação do FGTS na Caixa Econômica Federal.

"A grande maioria compareceream, tiveram as baixas em suas carteiras e receberam o FGTS. Mas um grupo, por moticações políticas, teimam em fazer de conta que não entenderam e insistem convocando a imprensa, fazendo manifestações por algo sem fundamento", disse a moça, que me convenceu.

jullianosousa@gmail.com disse...

Bom dia, Cláudio

Acompanho com interesse as coisas da cidade. Admiro suas convicções e elas tem me ajudado a tirar conclusões. Não estava morando em Campos nesta última eleição, e portanto não votei aqui. O objetivo de minha participação é contribuir com a verdade.

Durante o tempo que morei em Belo Horizonte, tive o despertamento de que para termos uma cidade melhor, é preciso que cada morador,seja participante ativo, inteirado não só dos problemas de seu bairro, mas do dia a dia da cidade e do comportamento do governo local.

Tenho feito observações, e de acodo com o que percebo, faço críticas, encaminho cobranças ao poder público e também elogio quanto tenho que elogiar. Vi no ano passado duas reportagens de manifestação de guardas municipais.

Na reportagem da Inter TV o guarda apresentou esse mesmo discurso que você reproduz, e não ouviram ninguém do Comando da Guarda, ou de outro órgão da Prefeitura. Na reportagem da TV Record, o discurso foi o mesmo, mas a emissora ouviu a PRefeitura. No resumo, ficou claro que trata-se de um grupo remanescente dos mais de 2.000 cabos eleitorais contratados para campanha do então candidato Carlos Alberto Campista, que assim que tomou posse tratou de contratar todo mundo sem concurso público e muito poucos trabalhavam.

Foi explicado que afunção de Guarda, somente pode ser exercida por quem passou por concurso público. Por conta disso a JUSTIÇA julgou a causa deles e considerou os contratos nulos porque feriram a lei. Achei injusto demitirem aqueles que realmente trabalharam sem pagar os direitos. Liguei para a PRefeitura para saber da situação de um senhjor vizinho meu, morador de Guarus, que estava doente e precisava de ajuda.

Procurei informações pessoalmente na PRefeitura, mas a diretora ou gerente do Recursos Humanos, muito educada e atenciosa (me esqueci o nome dela) me informou que a determinação da Justiça tinha que ser cumprida, embora os Guardas tivessem sido orientados a recorrer, o que foi feito, e a decisão mantida, transitada em julgado. "Mesmo assim (contratos considerados nulos pela Justiça), a Prefeita determinou que o Fundo de Garantia fosse pago, por entender ser justo", me informou a responsável pelo Recursos Humanos.

Uma assistente social de lá me mostrou reportagens publicadas pela PRefeitura orientando aos contratados deforma irregular como guardas para que apresentassem suas carteiras para dar baixa e reecber a chave para liberação do FGTS na Caixa Econômica Federal.

"A grande maioria compareceream, tiveram as baixas em suas carteiras e receberam o FGTS. Mas um grupo, por moticações políticas, teimam em fazer de conta que não entenderam e insistem convocando a imprensa, fazendo manifestações por algo sem fundamento", disse a moça, que me convenceu.