segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

A Poderosa Arma Eletrônica





Jornal Terceira Via

No Brasil, quase metade dos cerca de 194 milhões de pessoas tem acesso à internet, segundo pesquisa divulgada pelo Ibope. Trata-se, sem dúvida, de relevante avanço ao acesso à informação em tempo real e que tem ajudado a deflagrar ações penais em nosso país. Por outro lado, o acesso irrestrito a todo tipo de informação, com um simples toque no mouse, tem causado também uma série de problemas.

Os usuários da rede continuam acreditando em tudo que leem. Centenas deles foram vítimas de hoax (boato, mentira), bullying (provocações) e trolling (trote) e recorreram à Justiça em busca de direitos, requerendo, em sua maioria, reparações de toda ordem - seja material ou moral.

No campo político, o acesso à internet descortinou homens públicos, abriu as portas dos Tribunais, contribuiu para a condenação de agentes públicos e detentores de mandato tornando públicas - de forma eletrônica - decisões e sentenças. Atualmente, nenhum processo judicial de relevância social tramita em silêncio nos escaninhos dos cartórios salvo se houver decreto de sigilo absoluto, o que também não se pode garantir.

A certeza do Segredo de Justiça está ameaçada com a era da Internet. A segurança dos agentes públicos e políticos acaba com o poderio eletrônico. Basta um clique para que o teor de uma liminar seja conhecido pelos usuários do facebook ou twitter antes de sua oficial publicação ou que uma noticia criminis estampe a capa dos jornais.

O processo do Mensalão, a queda do senador Demóstenes Torres, as Operações da Polícia Federal e as sessões do Supremo são exemplos de que a Internet é uma força poderosa, mas também perigosa e que precisa ser usada com cautela para que não cause transtornos irreversíveis a quem faz ou não uso dela.

Não se trata de minar o acesso à informação eletrônica tampouco limitá-lo. O que se faz necessário é reconhecer que, com o advento da rede mundial de computadores, fomos transportados da categoria de anônimos para a de pseudocriadores. Com um computador ou com equipamento eletrônico inteligente, estamos aptos a desenvolver o que a nossa imaginação permite. Isso sim deve ser observado com muita cautela e restrição.

Quem usa a Internet nem sempre sabe discernir o que é verdade ou mentira ou o que é lícito ou ilícito. Uma falsa informação - não checada devidamente - pode causar danos de toda natureza, sendo a reversibilidade quase que impossível dado o poder disseminador da Internet.

O principal Projeto de Lei em trâmite é o Marco Civil da Internet, apelidado de ciberconstituição, que pretende resolver uma série de danos que afetam usuários e provedores. Referido Projeto recebeu a instalação de comissão especial, na Câmara dos Deputados, com expectativa de aprovação. Contudo, os ciberativistas se frustraram com os sucessivos (cerca de seis ou sete) adiamentos de votação pelo Plenário da Câmara por falta de acordo entre os líderes.

Com impressionante crescimento e alcance, a internet se tornou - como declarou a ONU - uma das prioridades vitais do homem, o que enseja constante preocupação não menos aos agentes do poder que, por vezes, acordam com seus nomes ilustres estampados nas manchetes.

Não restam dúvidas de que os avanços tecnológicos que visam aprimorar nossa gama de conhecimentos são de suma importância à evolução social. Porém, é preciso dominar o modus operandi dessa arma futurista que, a cada dia, nos desafia a conhecer o Mundo e seus personagens com apenas o toque mágico dos dedos.

Antes do mais, é indispensável termos ciência de que, ao ligarmos o computador, estamos diante de uma poderosa arma apontada para nós, usuários de uma era nem tanto glamourosa. Quem também pode atestar isto é aquele ou outro político que dormiu bem e acordou com um susto típico da escassa privacidade e do intenso imediatismo eletrônico. E por aí vai...

6 comentários:

Anônimo disse...

Controle social da mídia. Censura exercida por censores treinados pelo PT para adivinhar o que o povo quer ver, ler ou ouvir. (Ver democratização da mídia).


Democratização da mídia.
1. Erradicação da imprensa independente. Entrega do controle dos meios de comunicação a jornalistas companheiros, estatizados ou arrendados. (Ver controle social da mídia).

Anônimo disse...

Esse é um comentário típico de um demotucano.A midia convencional ( conservadora)falou alguma coisa sobre àlvaro Torres, digo Demostenes Dias, digo Ávaro Dias ( senador PSDB), onde anda o senador Agripino Maia?

Anônimo disse...

Por que a mídia só tem credibilidade quando contribui para a popularidade de Lula e Dilma, e não quando denuncia escândalos do governo e o mensalão?

Mesmo sem ser simpática nem carismática, sem ter o dom da palavra e da comunicação, e com o país crescendo apenas 1% ao ano, a presidente Dilma Rousseff obteve índices espetaculares de confiança e aprovação pessoal na pesquisa do Ibope. Mas como os pesquisados de todo o Brasil se informaram sobre o dia a dia de Dilma e do país, sobre suas ideias, ações e resultados? Ora, pela “mídia golpista”, que divulgou nacionalmente os fatos, versões e opiniões que a população avaliou para julgar Dilma.

Os mesmos veículos informaram os 83% que tiveram opinião favorável a Lula no fim do seu governo, já que a influência da mídia estatizada e dos “blogs progressistas” no universo pesquisado é mínima. Claro, a maciça propaganda do governo também ajuda muito, mas só se potencializa quando é veiculada nas maiores redes de televisão e rádio, nos jornais, revistas e sites de maior audiência e credibilidade no país — que no seu conjunto formam o que eles chamam de “mídia golpista”.

Mas que golpismo de araque é esse, que tanto contribui para divulgar os feitos, as qualidades e a força popular do objeto de seu suposto golpe?

Por que a mesma mídia só tem credibilidade quando contribui para a popularidade de Lula e Dilma, e não quando denuncia os escândalos do governo e o julgamento do mensalão? A conta não fecha, mas eles insistem. Zé Dirceu e Rui Falcão já avisaram que a vingança dos zumbis do mensalão e do “Rosegate” vai ser a regulamentação da mídia, como na Argentina e na Venezuela, culpando o mensageiro pela mensagem.

No Brasil democrático todo mundo tem voz, fala o que quer, ouve quem quiser. Mas eles querem “pluralizar” a mídia, denunciando monopólios e ignorando a concorrência acirrada em todos os segmentos do mercado multibilionário da comunicação de massa, em que ganham mais os que têm mais credibilidade e popularidade.

Mas o Brasil não é Argentina, e Dilma não é Cristina. Além da cobertura nacional que tanto contribui para sua boa exposição e avaliação pública, ela deveria agradecer à mídia por revelar os malfeitos que lhe permitiram fazer uma faxina no seu quintal.

Anônimo disse...

O Decálogo de Lenin

Em 1913, Lênin escreveu o "Decálogo" que apresentava ações táticas para a tomada do Poder.

a) Qualquer semelhança com os dias de hoje, não é mera coincidência.

b) Tendo a História se encarregado de pôr fim à questão ideológica, a meditação dos ideais, então preconizada, poderá revelar assombrosas semelhanças nos dias de hoje, senão vejamos:

1.. Corrompa a juventude e dê-lhe liberdade sexual;

2.. Infiltre e depois controle todos os veículos de comunicação de massa;

3.. Divida a população em grupos antagônicos, incitando-os a discussões sobre assuntos sociais;

4.. Destrua a confiança do povo em seus líderes;

5.. Fale sempre sobre Democracia e em Estado de Direito, mas, tão logo haja oportunidade, assuma o Poder sem nenhum escrúpulo;

6.. Colabore para o esbanjamento do dinheiro público; coloque em descrédito a imagem do País, especialmente no exterior e provoque o pânico e o desassossego na população por meio da inflação;

7.. Promova greves, mesmo ilegais, nas indústrias vitais do País;

8.. Promova distúrbios e contribua para que as autoridades constituídas não as coíbam;

9.. Contribua para a derrocada dos valores morais, da honestidade e da crença nas promessas dos governantes. Nossos parlamentares infiltrados nos partidos democráticos devem acusar os não-comunistas, obrigando-os, sem pena de expô-los ao ridículo, a votar somente no que for de interesse da causa socialista;

10.. Procure catalogar todos aqueles que possuam armas de fogo, para que elas sejam confiscadas no momento oportuno, tornando impossível qualquer resistência à causa.

Anônimo disse...

Outra vigarice editorial: Por que a mídia abestada e amestrada pelas verbas oficiais ou das empresas amigas do Governo do Crime Organizado não fala mais sobre o Rosegate? Será que vai mesmo funcionar a operação abafa para impedir que Luiz Inácio Lula da Silva seja poupado em mais um escândalo de corrupção que tem sua apadrinhada e melhor amiga Rosemary Nóvoa Noronha como uma das principais operadoras? Por que será que nem o batom na cueca serve de prova material no Brasil dos corruptos?

Enquanto 2012 não termina, 2013 deve começar muito esquisito na telinha. Breve, a Rede Globo vai exibir a mais cara produção da história do cinema brasileiro: “Lula, o Filho do Brasil”. Do ponto de vista estético e cinematográfico, o filme de Bruno Barreto é uma obra de grande qualidade, justificável pelos R$ 16 milhões torrados em sua concepção.

O lamentável é que, nas atuais circunstâncias, a veiculação do filme é mais uma tática de propaganda para preservar a imagem do grande líder – que entra em fase de desgaste pós-Rosegate. E, para piorar, comenta-se que a Globo receberá uma injeção de R$ 6 milhões para passar o filme. A “ajuda” seria uma forma de compensar eventuais perdas com patrocinadores que deixariam de anunciar durante a exibição do “épico petista”, para não ficar com a imagem atrelada ao governismo-partidarismo.

Pena que o Festival Nacional da Rede Globo não possa exibir outros filmes de sucesso, contando os escândalos do Rosegate, da Petrobrás, da Eletrobrás e alguns outros prestes a estourar no comecinho do ano que termina com a dezena 13.

Azar nosso ou deles? Eis a questão... Até que o segredo da cueca (ou da calcinha?) seja finalmente desvendado...

Anônimo disse...

Jornalista brasileiro é tão bonzinho com autoridades...
Carlos Brickmann, Observatório da Imprensa

Uma raríssima entrevista coletiva da presidente Dilma Rousseff, num café da manhã com jornalistas. Primeira pergunta: assunto, teto do Fundo de Garantia. Resposta da presidente: “Ah, essa não! Vamos tentar outro assunto”.

Segunda pergunta: assunto, aumento da gasolina. A presidente também não gostou. E resolveu o problema das perguntas que não estavam a seu gosto: “Eu mesma começo. Queria falar, neste final de ano (...)”

Imagine uma entrevista assim na Casa Branca. O mundo cairia. Imagine uma entrevista assim no Iraque – onde o repórter Montazer Al Zaidi jogou um sapato no presidente americano George Bush.

Imagine uma entrevista assim em Londres, onde o duelo entre autoridades e repórteres é duríssimo. Aqui passou na boa – e, não fosse uma nota publicada fora do corpo da reportagem, num único jornal, o público poderia pensar que os repórteres perguntaram o que quiseram e a presidente da República respondeu às perguntas por eles formuladas.

Brasileiro é tão bonzinho! Não apenas repórteres de elite, escolhidos pelas redações mais importantes para cobrir o Palácio do Planalto, aceitam que o entrevistado lhes determine o que podem ou não perguntar, como este fato é deixado de fora da matéria, como se fosse irrelevante.

Sua Excelência, o Consumidor de Informação, é tratado como cidadão de segunda classe: pensa que está tomando conhecimento de uma entrevista, sem saber que só as perguntas aprovadas pelo entrevistado entram na matéria.