terça-feira, 28 de outubro de 2008

2010.

Atendendo aos e-mails tentarei apresentar um panorama dos efeitos das eleições municipais na estadual do Rio de Janeiro. O Estado tem, ao meu sentir, três forças políticas. Sérgio Cabral, Garotinho e César Maia.
Sérgio Cabral, apesar de ocupar a cadeira máxima do Executivo Estadual não conseguiu influenciar muito nas eleições municipais. Poucos foram eleitos sob sua influência. Fato marcante foi a vitória de Eduardo Paes.
Eduardo, antes uma grande 'zebra', cresceu e foi ao segundo turno contra o Deputado Federal mais votado do Estado do Rio, Fernando Gabeira. A ínfima diferença de votos entre Paes e Gabeira denuncia a dificuldade do Governador em angariar votos. Mesmo assim elegeu o seu candidato. Muitos comentam que o feriado decretado por Cabral levou para o litoral muitos eleitores de Gabeira. Pode ser lenda urbana!
Garotinho foi fadado por muitos ao fim de carreira, entretanto em menos de dois anos elege a mulher prefeita e a filha vereadora no Rio de Janeiro. Notem bem! Oito anos de governo (Garotinho e Rosinha) 1998 a 2006, eleição da esposa para prefeita de Campos (04 anos mínimos no poder) e a eleição de sua filha (04 anos no mínimo).
César Maia passa a ser uma incógnita. Seu partido se encontra desestruturado e centralizado em suas mãos. Além disso, leva consigo, do anos no governo municipal, o natural desgaste.
Garotinho, caso tenha realmente o interesse em ser governador de Estado terá que sair do PMDB, partido onde ele preside a executiva estadual. Essa hipótese se fortalece na medida em que o Governador de São Paulo José Serra dificilmente não será candidato a Presidência da República. Hipótese fortalecida com a derrota de Geraldo Wackmin para a Prefeitura de São Paulo.
Para isso, José Serra precisa de palanques fortes no Estado do Rio, o terceiro maior colégio eleitoral do país, onde o PSDB é historicamente fraco, principalmente na baixada Fluminense e Região Metropolitana.
Nessas regiões José Camilo Zito e Garotinho exercem forte influência no eleitorado. Isso se deve ao forte investimento do Governo Municipal de Zito (vários mandatos) e do Estado na gestão de Garotinho e Rosinha.
Partindo desse raciocínio, Serra lança Garotinho para Governador e Zito para vice, disputando a eleição contra a chapa encabeçada por Cabral e um vice da baixada, que pode ser Lindberg Farias, Prefeito reeleito de Nova Iguaçu.
César Maia deve buscar um aliado no PDT, que se fortaleceu depois de algumas vitórias na baixada e principalmente em Niterói com Roberto da Silveira.
Formaríamos nesse cenário as seguintes chapas. Sérgio Cabral/vice Lindberg Faria (PMDB/PT), Garotinho/vice Zito (PSDB, chapa pura), Roberto da Silveira/ Vice (indicação de César Maia) (PDT/DEM).
Nesse cenário teríamos um segundo turno com Cabral e Garotinho. Cabral iria para o segundo turno com os votos da Capital, da base aliada e surfando nas obras do Governo Federal. Sem contar com a sua própria máquina administrativa Estadual.
Garotinho iria para o segundo turno com os votos da Baixada Fluminense. Seus e de Zito. São mais de dois milhões de votos. No interior, Rosinha daria base eleitoral junto ao municípios, principalmente Campos.
Para Cabral quem faria essa função é Arnaldo Vianna, principalmente para tirar votos de Garotinho em Campos. Apopio de Arnaldo partindo do princípio de que achapa PDT/DEM apoaríam Cabral no segundo turno.
Cláudio Andrade.

7 comentários:

Anônimo disse...

Que isso !!!!!!!!!!!!!!!!!! Desta maneira estamos diante do novo paranormal politico brasileiro !!!!!!!!! Chega de Mãe Dináh !!!!!!!!! Agora é Cláudio Andrade.

Obs: caso não seja surto, onde vc comprou esse joguinho, no camelódromo ???

Anônimo disse...

Garotinho não sai do PMDB, toda sua base está lá inclusive sua esposa e sua filha, pois se saírem ocorre infidelidade partidária como tem entendido o TSE, inclusive aos cargos majoritários.
Agora, Garotinho não tem obrigação de ser Governador, quem tem a mesma é o Sérgio Cabral, até porque assim deixaria Arnaldo sem palanque forte em Campos e na região, se esvairindo. Garotinho, se viria a Senador caso Cabral concorra a reeleição, se Cabral não vier a mesma aí sim Garotinho vem a Governador.
Abraços

Anônimo disse...

Chega de Pai tantan
nem mãe dináh
agora é irmão claudinho
abs

FÁBIO SIQUEIRA disse...

Caro Cláudio,

Apesar da distância do pleito, o que faz com que várias peças do tabuleiro possam ser mexidas até lá, vc traz uma visão bem razoável do quadro à luz do resultado eleitoral recente.
Contudo, faço aqui algumas ponderações:
1) A tendência é que as eleições de 2010 sejam novamente sobre legislação que verticalize alianças, assim pouco provavelmente PDT e DEM possam caminhar juntos no RJ;
2) Jorge Roberto Silveira terá dificuldades em justificar para a crítica sociedade de Niterói a saída do cargo com menos de 2 anos de governo. Além disso, creio que ele ainda não está seguro de tentar de novo esta cartada depois da pífia tentativa em 2002;
3) Tenho informe de fonte bem próxima ao Garotinho que esfriou a hipótese de migração para o PSDB, o que não inviabilizaria a composição com Zito - com Garotinho na cabeça - caso Sérgio Cabral vá compor chapa presidencial com Dilma. Haveria contudo aí, talvez, o mesmo problema da verticalização;
4) Ainda que a saída de Cabral para a chapa nacional abra espaço para uma disputa opondo Garotinho (PMDB) e Lindeberg (PT), consta que há hoje bom trânsito entre ambos, que garantiriam dois palanques fortes para LULA, também por conta da verticalização - vale ressaltar que Rosinha e Garotinho fizeram declarações simpáticas ao Presidente ao fim do 1º turno e que hoje os jornais destacam pedido de audiência da prefeita eleita ao Presidente. Esse possível cenário colocaria César e o PSDB isolados, com Serra fragilizado no RJ, restaria colar na provavel onda GABEIRA que deve render ao Deputado Verde uma das 2 cadeiras em disputa para o Senado.

FÁBIO SIQUEIRA disse...

Ah, esqueci, Garotinho também não deve estar descartando a hipótese de disputar uma cadeira no Senado, possibilidade também considerada seriamente pelo Prefeito de Niterói, o campista Godofredo Pinto (PT) que deve assumir Secretaria no Governo Cabral em 2009!

Anônimo disse...

Meu caro Cláudio:

É cedo demais para vislumbrar um cenário político para 2010, no Rio de Janeiro.
Mas, há a hipótese do PT apoiar o PMDB, do DEM apoiar o PMDB, do PSDB apoiar o PMDB e também do PMDB apoiar o PSDB, no plano nacional - unificando, por conseguinte, o palanque estadual. Neste caso, quais seriam as chances do DEM e do PP apoairem candidatos do PT ?
E o Gabeira, também, por acaso, não ficaria com o PSDB/PMDB ?
Se Deus ajuda a quem madruga vamos esperar os primeiros passos...

Abraços!
Em 28/10/08 - Silva

Anônimo disse...

Garotinho está fortalecido no PMDB, ele não sairia deixando esposa e filho lá, lembre-se da fidelidade partidária,acho que o PMDB nacional não apoia o PT na próxima, uma coisa é Lula candidato outra é Dilma.É mais viável uma composição com o PSDB nos dois níveis ou seja:Sérgio Cabral/Zito e Serra/Garotinho