terça-feira, 24 de junho de 2014

Moradores do 'Carvão' estão há pelo menos cinco meses sem água potável


A comunidade do Carvão, em Campos, tem sofrido com o descaso do poder público municipal. Há pelo menos cinco meses, os moradores não são abastecidos com água potável: o líquido presente nas caixas d’água e que sai das torneiras das residências tem uma coloração alaranjada, imprópria para o consumo.

Os problemas de abastecimento de água no Carvão não são uma novidade, segundo a população. Toda a comunidade é abastecida por uma grande caixa d’água de responsabilidade da Empresa Municipal de Habitação (Emhab) e, há alguns meses, equipes do órgão estiveram no local para fazer a troca dos canos das ruas que fornecem a água para as casas. Mas o que os moradores acreditavam ser uma solução, trouxe ainda mais dor de cabeça. E, para piorar, o local onde a Emhab fez a instalação dos novos canos está exalando mau cheiro de esgoto.

De acordo com a autônoma Isabela Martins Nogueira, de 33 anos, a população precisa comprar galões de água para fazer os serviços domésticos básicos, como tomar banho e cozinhar. Ela, que tem quatro filhos pequenos, diz não ter condições financeiras para arcar com mais essa despesa.

“Precisamos furar com agulha os buraquinhos do chuveiro por causa da ferrugem que fica encrostada ali e impede a saída de água. E, me diz, como eu posso fazer comida com a água suja dessa maneira? Geralmente nós enchemos a garrafa e deixamos ela parada, esperando a sujeira assentar e ficar retida no fundo da garrafa para consumir o líquido mais claro que fica por cima, mas nós não somos ignorantes, sabemos que isso nos faz mal”, contou Isabela.

O caminhoneiro José Carlos da Silva, 42 anos, abriu as portas da sua casa para a equipe de reportagem do Jornal Terceira Via e mostrou a caixa d’água que abastece a casa em que ele mora com a esposa. Com a ajuda de uma garrafa pet, ele retirou um pouco da água que estava na caixa e a amostra não deixou dúvidas. “A água está tão suja que parece suco de laranja”, disse José Carlos.

Na ocasião em que trocaram o encanamento na comunidade, os funcionários da Emhab informaram à população que a troca dos canos seria a primeira intervenção para, posteriormente, implantar os hidrômetros da Empresa e cobrar pelo serviço.

“Acreditamos que o trabalho deles iria nos ajudar, mas só piorou nossa situação. Nosso medo é a água continuar suja e nós ainda termos que pagar por ela. Eu me recuso a pagar por um serviço mal feito”, afirmou a diarista Regina de Souza, de 52 anos.

Sempre respeitando o princípio do contraditório e buscando as diferentes versões para um mesmo fato, o Jornal Terceira Via entrou em contato por e-mail com a Secretaria Municipal de Comunicação Social da Prefeitura de Campos na tarde de segunda-feira (23 de junho), sem obter resposta. Ainda assim, o jornal aguarda e publicará versão da Emhab para este fato.

Terceira Via

Um comentário:

Marcela disse...

Cadê a prefeita, Cadê os vereadores de Campos ?

A prefeita faz uma espécie de comício, todos os dias em várias rádios FM,de Campos, prestando contas a população, do que somente lhe interessa divulgar. Já essa situação da localidade do Carvão, ela, faz que não sabe.

Se a Águas do Paraíba, não é capaz de cumprir seus deveres, junto aos clientes, cabe a prefeita rosinha, cancelar essa concessão.

Já não basta o custo abusivo, extorsivo, cobrado pela Águas do Paraíba, aos consumidores de Campos,com relação a cobrança da taxa de esgoto, tão questionada pelos consumidores e menosprezada por rosinha, já que não se posiciona a favor dos consumidores.