O grupo IMNE ainda não recebeu o pagamento pelos serviços de saúde prestados à Prefeitura de Campos dos Goytacazes. O calote acontece depois da promessa de quitação feita após as primeiras denúncias do Sistema Terceira Via de Comunicação veiculadas nos dias 3, 4 e 5 de dezembro.
O único pagamento em atraso feito na íntegra, foi o relativo ao repasse da União - que não é dinheiro da prefeitura, mas verbas recebidas do Governo Federal para que a prefeitura pague aos prestadores de serviços médico-hospitalares no município.
Atualmente, a dívida alcança o valor exato de R$ 2.741.944,97 (dois milhões, setecentos e quarenta e um mil, novecentos e quarenta e quatro reais e noventa e sete centavos), discriminada da seguinte forma: pacientes internados em UTI – R$ 861.478,25 sem pagamento desde agosto/2013, UTI Neonatal – R$ 1.059.872,73 sem pagamento desde fevereiro de 2013, pacientes oncológicos submetidos a biópsias de congelação e histopatológico – R$ 58.969,49 sem pagamento desde abril de 2013, exames de genética – R$ 172.406,50 sem pagamento desde janeiro de 2013, e reajuste do Plano de Saúde Ases conforme contrato – R$ 589.218,00 sem pagamento desde abril 2013.
Segundo a diretora administrativa do Grupo IMNE, Martha Henriques, todos os demais pagamentos de responsabilidade direta do governo municipal continuam sem solução. “Como já dissemos, essa falta de responsabilidade junto ao prestador de serviço acarreta inadimplência junto a médicos e fornecedores. Os médicos, com muita razão, não querem continuar atendendo sem pagamento”.
De acordo com Martha Henriques, a situação só foi levada a público pela falta de pronunciamento da Secretaria Municipal de Saúde e pela inadimplência que se agravou junto a médicos e a fornecedores. “No que diz respeito às biópsias e aos exames histopatológicos, que não foram pagos, seremos obrigados a suspender as cirurgias dos pacientes com câncer, pois sem o resultado desses exames fica impossível chegar ao diagnóstico preciso e consequentemente, realizar o tipo de cirurgia mais adequada ao paciente”. A executiva lamenta que as patologias que trazem o envolvimento de toda família sejam tão desconsideradas pelas autoridades municipais.
Já o diretor administrativo do Plano de Saúde Ases, Renato Souza Vale, disse que após matéria publicada no Jornal Terceira Via, pela primeira vez a prefeitura pagou ao Ases na data prevista em contrato. Entretanto, o reajuste pelos índices da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) em atraso desde abril de 2013, continua sem pagamento.
“Creio que eles acham que o contrato do Ases com a Prefeitura é uma mina de dinheiro para o plano. A realidade é bem outra. A relação está deteriorada” - frisou Souza Vale.
Atualmente, cerca de 8.100 funcionários municipais são atendidos pelo Plano Ases.
Com a relação de confiança quebrada, a empresa estuda a não renovação de contrato, o que vai deixar estes funcionários descobertos deste que é considerado o melhor plano de saúde da região.
Antes do fechamento desta matéria, o jornal Terceira Via enviou pedido de entrevista com o secretário de Saúde, Dr. Chicão. A Assessoria de Imprensa da Secretaria Municipal de Saúde enviou nota com o seguinte teor:
A Secretaria de Saúde esclarece que, do total apresentado na matéria, mais de R$ 1.200.000,00 já foi pago. A outra parte das faturas - relacionadas a internações de pacientes em UTI neonatal – está em fase final de auditoria e faturamento. O pagamento destas será efetuado assim que esses processamentos forem concluídos.
A Prefeitura está em dia com o Grupo IMNE no que se refere aos compromissos relacionados à contratualização de serviços complementares (Gestão Plena), tendo repassado, este ano, R$ 7.845.888.53, incluindo os atendimentos na Unidade de Assistência de Alta Complexidade (UNACON), para tratamento de pacientes oncológicos.
Fonte: Terceira Via
Fonte: Terceira Via
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