Jornal Terceira Via
"Mais uma vez, os conflitos políticos, na esfera judicial, continuarão a ser regra e não exceção"
A recente composição da Câmara dos Vereadores de Campos dos Goytacazes
para a legislatura, que se inicia em janeiro de 2013, é por muitos
considerada como renovada. Não restam dúvidas de que a eleição de
dezessete debutantes é algo considerável e sinônimo de reciclagem
democrática.
Todavia, atentando-se para cada nome, chegamos à preocupante
constatação de que a Prefeita eleita (sub judice), Rosinha Garotinho,
formou uma bancada de vereadores que mantém o seu rolo compressor na
Casa do Povo.
A coligação da ex-governadora do Estado do Rio de Janeiro elegeu Tadeu
Tô Contigo (PRB), Abdu Neme (PR), Paulo Hirano (PR), Mauro Silva (PT do
B), Jorge Rangel (PSB), Gil Vianna (PR), Dayvison Miranda (PRB),
Albertinho (PP), Magal (PR), Miguelito (PP), Fábio Ribeiro (PR), Thiago
Virgílio (PTC), Genásio (PSC), Neném (PTB), Oséias (PTC), Auxiliadora
(PHS), Cecília Ribeiro Gomes (PT do B), Edson Batista (PTB) e Dona Penha
(DEM).
Noutro passo, a Oposição será formada, a princípio, por Nildo Cardoso
(PMDB), Fred Machado (PSD), Rafael Diniz (PPS), José Carlos (PSDC),
Álvaro César (PMN) e Marcão (PT).
Essa nova roupagem da Câmara é temerária. Isso porque dado o
considerável número de vereadores eleitos, da coligação da Prefeita
eleita, ficará difícil que, por meio de apenas seis oposicionistas, os
cidadãos campistas tenham o acesso devido às informações necessárias
acerca da futura Administração Municipal.
O novo cenário da Câmara dá à Prefeita uma blindagem que lhe confere
conforto em sua gestão, inclusive afastando-a de desgastes políticos.
Dentro deste contexto, uma das cruciais funções de uma Casa de Leis
-fiscalizar os atos do Chefe do Executivo- provavelmente restará
comprometida uma vez que a Oposição elegeu tão somente seis novos
representantes.
Outra abordagem refere-se à composição das Comissões Internas. Uma
delas (a de Constituição e Justiça) tem como função emitir pareceres nos
projetos de lei enviados pelo Executivo ou naqueles criados na própria
Casa Legislativa. Referida Comissão precisaria ter, ao menos, um edil da
Oposição sob pena de cairmos na mesma situação da atual legislatura,
onde os três componentes eram governistas, a maioria dos projetos de
interesse da base de apoio à Prefeita foram aprovados e os pareceres
contrários, emitidos pela Oposição, indeferidos.
Questão também preocupante será a eleição para a Presidência da Câmara.
Para os que não sabem, em conformidade com a Lei Orgânica do Município e
com o Regimento Interno da Casa, em caso de vacância do cargo de
Prefeito e de Vice, o vereador que preside a Casa Legislativa assume o
poder administrativo do município.
Nesta esteira de raciocínio, o grupo eleito pela Prefeita Rosinha
também leva larga vantagem. Afinal, diante das questões judiciais ainda
pendentes, a eleição de um aliado para a mesa diretora, na qualidade de
presidente, é uma meta a ser alcançada e, sem qualquer dúvida, com certa
facilidade.
Diante de todas essas relevantes considerações, pode-se afirmar, com
convicção, que a nossa nova legislatura municipal tem um quadro novo;
porém, com a mesma moldura. Isso enseja mais questões levadas para o
âmbito judicial, prevalecendo a desconfortável conclusão de que, nos
dias atuais, o Poder Judiciário vem intervindo rotineiramente em
questões onde o Poder Legislativo apresenta-se inoperante e inócuo. Mais
uma vez, os conflitos políticos, na esfera judicial, continuarão a ser
regra e não exceção.
Para os vindouros legisladores da OPOSIÇÃO, deixo uma frase da
escritora inglesa Caryl Churchill: “Precisamos encontrar novas perguntas
que nos ajudem a responder às velhas”. Pois bem, será que a SITUAÇÃO
vai permitir?
Cláudio Andrade
Um comentário:
RECURSO ESPECIAL DE ROSINHA CONTRA MAKHOUL NO TSE.
Por isto que o cidadão e eleitor campista está SATURADO destes partidos políticos e candidatos que parecem ficar brincando de "batalha naval" profanando o Judiciário Brasileiro.
A todos é assegurado buscar os direitos que entender cabíveis, mas deve prevalecer o bom senso e, o Judiciário deveria repreender com vigor os "excessos".
Não votei em Mackoul, não estou defendendo ele, estou defendendo o JUDICIÁRIO e ao mesmo tempo os eleitores campistas que estão SATURADOS destas guerrinhas de recursos nos Tribunais.
Makhoul teve sua candidatura deferida pelo Juízo de 1ª instância, a Coligação Campos de Todos Nós e o Partido PR ajuizaram recurso, desprovido de fundamentação, alegando que Makhoul não havia se desvinculado em tempo hábil de um determinado cargo. Este provou que isto não ocorreu.
Foi julgado pelo pleno do TRE em 06/09 quando por unanimidade aquele órgão colegiado desproveu o recurso.
A Coligação e o Partido Político interpuseram Recurso Especial que somente hoje está sendo encaminhado ao TSE.
Obviamente isto tem um nome, procrastinação e, deveria ser aplicada litigância de má-fé.
Não deveria ser assim se as pessoas agissem com lisura...
Infelizmente não é o que vemos!
http://pensamentossubjetivos.blogspot.com.br/2012/10/recurso-especial-de-rosinha-contra.html
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