quarta-feira, 25 de julho de 2012

Inimizades políticas: uma nota de três reais


Jornal Terceira Via 

"Eleitores sucumbem diante dos interesses que envolvem a manutenção de um mandato eletivo"

A eleição deste ano confirma a máxima de que algumas inimizades políticas são tão ‘verdadeiras’ quanto uma nota de três reais. A cada dia, os eleitores, são surpreendidos com uniões de certos políticos que, até então, aparentavam inimizade imortal.

Recentemente, na cidade de São Paulo, o aperto de mão do ex-presidente Lula com o deputado Paulo Maluf – a favor da candidatura de Fernando Haddad - surtiu um efeito negativo na sociedade. Por conseguinte, culminou com a saída da deputada Luiza Erundina da vaga de vice à prefeitura da capital paulista na chapa do ex-ministro da Educação.

No município de Campos dos Goytacazes, também considerando as eleições em outubro próximo, várias uniões já ocorreram envolvendo ex-prefeitos e vereadores. Muitos daqueles (que se ‘agrediram’ ao longo do mandato), hoje, estão unidos em torno de um projeto cada vez mais frágil. São candidatos ‘sem rosto’ e reconhecíveis principalmente por seus hábitos migratórios bipolares.

Penso que parte dessas inimizades é criada para a plateia e serve apenas para ‘alimentar’ a mídia. Com o passar do tempo e dependendo do contexto, essas inimizades se desfazem e brota uma cínica amizade.


Em nossa cidade, alguns políticos chegaram ao ponto de desistirem de ações judiciais por danos morais, onde figuravam como autores, em troca do apoio dos próprios acusados. Isso demonstra (de forma nítida) que até mesmo a reparação moral de alguns é passível de ser ‘negociada’ nos bastidores. Essa relação entre alguns pares políticos - um tanto oportunista - traz incredulidade. Afinal, como dar crédito a alguém que negocia até a sua dor moral?

Não se pode permitir que a memória do eleitor seja acometida de um esquecimento ocasional. Imperioso impedir que todos os descalabros vistos até hoje passem em branco no momento da votação.

Precisamos separar o joio do trigo e, para que isso ocorra, aprofundarmos na história política de nosso município para marcar nossa posição como eleitor. Devemos avaliar a vida política passada de todos os postulantes para chegarmos a uma conclusão objetiva.

A mudança ideológica e a transitoriedade partidária de grande parcela dos candidatos nos trazem insegurança política. Alguns mudam seu pensamento acerca das gestões municipais de acordo com o espaço que detêm na administração correspondente.

Devemos dar um basta à relação quase ‘lúdica’, que salta aos olhos em todas as eleições. Os discursos utópicos de alguns candidatos inserem-se em muitas mentes e, infelizmente, limitam a capacidade de discernimento dos eleitores.

É incontável que há postulantes dignos de serem creditados por meio do nosso voto. Todavia, trata-se de uma minoria quase em extinção. Afinal, como lutar contra um sistema pesado e focado no poder econômico de uns e messiânico de outros?

Os eleitores, que outorgaram procurações para o eleito, sucumbem diante dos interesses pesados que envolvem a manutenção de um mandato eletivo. Eles acabam por aprender que a esperança do voto creditado muitas vezes desaparece diante de alguns representantes ávidos pelo poder em detrimento da representatividade a eles confiado pelo voto.

Cláudio Andrade

Um comentário:

CARLOS RIBEIRO disse...

Infelizmente a maioria dos campistas, definitivamente merecem,a prefeita que tem, hoje. Bem diz o ditado popular ; " CADA POVO TEMO GOVERNO QUE MERECE" . Infelizmente, nós campistas estamos colhemos o que plantamos.

Já na cidade do Rio de Janeiro, antigo porto seguro do casal da Lapa, a rejeição dos mesmos,pelo eleitorado, é gigantesca. Porém, aqui em Campos, temos o hábito, de resisistirmos por muito tempo, às mudanças e com isso perdemos a chance de experimentarmos o novo, em detrimento ao velho, no nosso caso especifico, a velha político, do casal da Lapa.