O jornal Estadão informou que o valor da aposentadoria vitalícia de alguns ex-governadores no Ceará chega a ser quase o dobro do salário pago ao atual governador Cid Gomes (PSB), que recebe R$ 13.184,91 por mês. Isso ocorre porque a lei que vigorava na época equiparava o benefício ao salário de um desembargador do Tribunal de Justiça do Estado - hoje fixado em R$ 24.117,62. Essa regra foi modificada em 1987 e, após essa data, os benefícios dos ex-governadores foram equiparados ao rendimento do titular do cargo.
A antiga lei estabelecia ainda que o benefício vitalício fosse dado àqueles que ocupassem o cargo de maneira permanente, sem determinar um período mínimo na função. Esse benefício chegou a ser extinto em 1995 diante da repercussão negativa da concessão da aposentadoria ao deputado Chico Aguiar. Ele governou o Ceará por apenas alguns dias no lugar de Ciro Gomes, que renunciou ao cargo de governador para assumir o Ministério da Fazenda no fim do governo Itamar Franco. O vice de Ciro na ocasião, Lúcio Alcântara, também havia renunciado para se candidatar ao Senado.
Reedição.
Em 2002, a aposentadoria vitalícia foi recriada para favorecer o ex-governador Beni Veras, que era vice de Tasso Jereissati e governou o Ceará por nove meses após o titular renunciar ao cargo, para concorrer a uma vaga ao Senado.
O ex-governador Lúcio Alcântara chegou a requerer o benefício na Assembleia Legislativa, em 2007, depois que deixou o cargo. Mas, em entrevista ao Estado, garantiu que não deu andamento ao processo e, assim como Ciro Gomes e Tasso Jereissati, abriu mão da aposentadoria. "Nunca recebi um centavo", afirmou Alcântara.
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