quinta-feira, 1 de outubro de 2009

ALGUÉM MUDA QUANDO CASA?

O casamento é um ato jurídico negocial solene, público e complexo, mediante o qual um homem e uma mulher constituem família, pela livre manifestação de vontade.Entretanto, a grande questão é saber se o ato matrimonial altera a forma de ser dos nubentes. Para muitos, o casamento é a tábua de salvação, pois uma vez casados, aquela mulher se torna honesta e de caráter e o homem ético e fiel.Trata-se de uma grande inverdade. Nos dias atuais, o ato matrimonial se encontra fortalecido, pois os motivos que levaram muitas pessoas ao enlace matrimonial, hoje em dia, tornaram-se questões irrelevantes e aceitas pela sociedade. Durante décadas, milhares de pessoas contraíram matrimônio para ter liberdade, praticar sexo, dormir fora de suas residências e viver a vida. Hoje, tudo isso é possível sem o casamento. Ao meu sentir, essa permissão social é salutar, pois irão migrar para a entidade casamento, aqueles que acreditam no simbolismo do ato. O casamento não será uma ‘válvula de escape’ para os problemas da vida de solteiro. Os noivos, ao contraírem o matrimônio, não apagam seus vícios de conduta. O que faz um casamento ser duradouro é a experiência de vida adquirida na fase preliminar. Um homem e uma mulher têm o direito sagrado de conhecer bem quem será o seu parceiro para o resto da vida. Não seria essa a função do casamento, até que a morte os separe?A sociedade ainda impõe regras desastrosas aos seus membros. A vergonha de um pai, pela gestação solitária da filha, pode resultar em um casamento forçado e de conseqüências terríveis. Alguém acredita que uma jovem tenha relações sexuais com o namorado para ter filhos? A gravidez é inesperada na maioria das ocasiões, mas não precisa ser indesejável. Para isto, basta um amparo paterno firme para que o fiasco do relacionamento não seja confundido com a expectativa do filho que está por nascer.O casamento deve ser uma fase construída pelos interessados e não por terceiros. O sonho de constituir uma família adotando essa espécie de entidade familiar deve ser único dos interessados. Os pais não vão resolver seus problemas, nem mesmo mudarão a conduta de seus filhos, obrigando-os a casar.A convivência no lar é delicada, logo, quanto menos erramos na escolha do parceiro melhor. Para isso, a fase inicial é de suma importância, afinal, assinar um contrato de casamento não condiciona a uma convivência salutar e respeitável. O que realmente não podemos esquecer é que o casamento, para muitos é um ato santo, mas nem todos que casam são.
Cláudio Andrade.
Artigo de minha autoria publicado no Jornal O Diário de hoje.

Um comentário:

Splanchnizomai abraçando o amanhã. disse...

Adorei. Penso justamente assim. Muito boa reflexão.