Os representantes do governo municipal têm desgastado a classe de professores do município perante a sociedade. Os professores da rede, principalmente após as demissões em massa, estão entregues à própria sorte.
Segundo relatos recebidos por esta Coluna, as escolas estão desprovidas de vigias, porteiros, auxiliares de limpeza e inspetores.
Além do vergonhoso índice do Ideb (figuramos na penúltima colocação no Estado do Rio), vários questionamentos estão sendo feitos pela categoria e, até o presente momento, não são respondidos pelas autoridades competentes.
O material didático da Expoente (adquirido a ‘peso de ouro’ pela Prefeitura de Campos em detrimento aos oferecidos gratuitamente pelo MEC - Ministério da Educação e Cultura) já chegaram a todas as escolas? Os livros contidos nesse material, oriundos do Estado do Paraná, contemplam a realidade educacional de nosso município?
Com relação aos auxiliares de turma, eles já possuem capacitação? Por que não foram chamados com antecedência para que no dia dois de fevereiro pudessem estar laborando? Detalhe: quais os motivos de ainda não se ter auxiliar em todas as turmas de G1 (aquelas que são compostas por crianças de três a quatro anos)? Por acaso emanciparam as crianças?
O tema ‘materiais pedagógicos’ é outra questão espinhosa. Por acaso as escolas da rede já foram contempladas e as que já receberam os consideram de qualidade e suficientes para se exercer a arte de educar?
A realidade atual da educação municipal é temerária. Inadmissível os professores terem que fazer o serviço dos auxiliares de turma já que se trata de um claro desvio de função que nada tem de digno.
No que tange à segurança das crianças, a situação é ainda mais caótica. Diante da falta de porteiros, necessária se faz uma ação rápida dos responsáveis pela Educação, pois quem será o responsável por uma tragédia caso um menor saia da Unidade sem ser visto?
O caos ora apresentando afeta também o bolso dos professores. Segundo informações, eles estão com as carteiras de passe livre vencidas, o que gera uma despesa extra para o corpo docente e que pesa muito no orçamento.
Diante desse triste cenário, entendo como importante e salutar os pais de alunos visitarem as dependências das escolas para constatarem a situação precária da estrutura física de várias creches e escolas.
Em muitas delas, os trabalhos estão sendo realizados em casas alugadas. Muitas, segundo denúncias, com esgoto ‘a céu aberto’, paredes mofadas, banheiros quebrados, goteiras, falta de ventiladores, cadeiras velhas e destruídas pela ação do tempo.
.O educador Paulo Freire já dizia que seria uma atitude muito ingênua esperar que as classes dominantes (acrescento o Poder Público) desenvolvessem uma forma de Educação que permitisse às classes dominadas perceberem as injustiças sociais de forma crítica.
Hoje, no município de Campos dos Goytacazes, além de termos que aturar versões oficiais fantasiosas, estamos impedidos de intelectualizar as classes menos favorecidas, o que é uma ameaça para o progresso.
Lamentavelmente, em nossa cidade, a ordem é não ao progresso! Porque assim, é mais fácil desgovernar.
Cláudio Andrade
Um comentário:
Não podemos esquecer do cargo de acompanhante. Conheço auxiliares de turma, que fazem o trabalho de cuidador, além de cuidar das turmas.
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