Rumo ao pó?

 A polêmica dos Royalties continua e na próxima sexta-feira a Prefeita do município de Campos Rosinha Garotinho e demais autoridades políticas e da sociedade civil organizada irão participar de um evento na Praça São Salvador às 18h.

Trata-se de uma mobilização para marcar presença e cerrar fileiras protestantes acerca da possibilidade cada vez maior da redução dos repasses das verbas compensatórias oriundas do ‘ouro negro’. Notem caros leitores, redução e NÃO fim.

O Secretário de Governo de Campos, Suledil Bernardino enviou nota aos meios de comunicação informando os projetos e programas sociais que, segundo ele, estariam comprometidos caso haja uma repartição nova dos repasses.

Segundo o nobre secretário serão prejudicados os seguintes projetos: o serviço de ambulâncias, de marcação de consultas e exames em hospitais filantrópicos, a construção do Novo Hospital São José na Baixada, a ampliação do Hospital Ferreira Machado, o programa Saúde na Escola, o programa de bolsas de estudos do ensino fundamental e universitário, o transporte escolar, a construção de novas escolas e creches modelos, os serviços de coleta de lixo e manutenção da iluminação pública.

Também serão prejudicados, segundo a relação enviada, os convênios com instituições assistenciais (Irmãos da Solidariedade, Apoe, Apae, Educandário dos Cegos e outras), o programa da Passagem Social, o programa do cheque cidadão, o programa Morar Feliz, o programa dos Bairros Legais, de recuperação de estradas e avenidas, o programa Meu Bairro é Show, as obras do Centro Histórico e a reforma do mercado e do shopping popular e a construção da Cidade de Criança.

O que me deixou perplexo foi conferir a lista e verificar a quantidade de serviços e programas oferecidos pela Prefeitura que estão, segundo o e-mail enviado, atrelados às verbas dos Royalties.

Imperioso dizer que diante de um rol dessa magnitude não podemos deixar de buscar os responsáveis. Um atrelamento de serviços e projetos dessa grandeza a uma verba FINITA é deveras lamentável.

Mais uma vez está claro que os agentes públicos que governaram nosso município nos últimos vinte anos NÃO pensaram em formas alternativas para que as receitas próprias do município fossem alavancadas.

Hoje, vendo essa listagem, percebo o quanto estamos desamparados, quase pedintes de um sistema administrativo que poderia ter nos protegido dessa situação surreal.

Antes da era dos royalties os munícipes assistiram a construção do Teatro Trianon, Palácio da Cultura, Hospital Ferreira Machado, Sandú dentre outras estruturas físicas que até hoje são de extrema serventia.

A população também não deixou de ser atendida nos hospitais e já havia creches e escolas públicas. Várias ruas foram asfaltadas e o carnaval sempre esteve presente. Nosso município, mesmo sem os Royalties recebeu, ao longo da história Presidentes da República e governadores de estado.

Nosso município NUNCA esteve no ostracismo por não ter Royalties. Cresceu, fortaleceu-se e se aproveitou do glamour royaltiano por décadas. Agora, caso haja uma redução, vamos partir para buscar novos caminhos que nos levem a independência gradual e que os erros do passado sejam exemplos para o futuro.

Cláudio Andrade