Jornal Terceira Via
"Religião é o meio de o homem se ligar a Deus e não de o candidato se ligar ao povo"
As estratégias religiosas utilizadas por candidatos com o fim de se fazer política vêm, ao longo do tempo, descaracterizando o real sentido da propagação salutar da fé em Deus.
Campanhas eleitorais em templos, fieis como cabos eleitorais, comícios onde se usa o nome de Deus em vão; tudo na conquista do voto, prometendo-se um governo divino. Uma tática desleal e que deve ser contundentemente rechaçada.
Diversos programas assistenciais implementados pelo país possuem entidades religiosas como responsáveis por sua distribuição. Algumas Igrejas chegam a funcionar como comitês e seus integrantes assumem o papel tradicional de cabos eleitorais.
Desta forma, a fé vem sendo ‘comercializada’ e falsos profetas surgem em uma situação oportunista: ano de pleito eleitoral. Diversos políticos utilizam-se de sua crença religiosa para atraírem irmãos de fé para os seus projetos pessoais. Esses candidatos ignoram o real sentido de religião, que é o de ligação com DEUS e não a ligação entre candidato e povo.
A fé em Deus é algo precioso e não deve ser banalizada tampouco usada a título de campanha eleitoral. Os candidatos que têm essa tática como estratégia de obtenção de voto se esquecem dos princípios da Bíblia e sabem como ninguém burlar o Código Eleitoral.
Os palanques dos comícios e as propagandas eleitorais gratuitas tornam-se espaço livre para que os candidatos se intitulem como enviados, na busca desenfreada pela confiança do povo a fim de obter seu voto. Quantos campanhas deslavadas ocorrem em diversos templos em ano eleitoral?
Assuntos de extrema relevância para a sociedade, como o aborto de cérebros anencefálicos, eutanásia e homossexualidade têm seus debates postergados ou ensaiados para irem ao encontro do conceito moral do povo ao qual é direcionado o discurso eleitoral. Debater, neste momento, acerca desses assuntos pode gerar uma avalanche de votos perdidos.
O fato de se ludibriar o eleitor está presente, ainda, na prestação de serviços ao povo. Isso porque detentores de mandatos, eleitos por redutos religiosos, vinculam-se a creches e centros de assistência social, prestando serviços que, por lei, são de atribuição do Estado. Em alguns desses casos, a intenção única de se obter voto, utilizando-se da oferta de serviços por prestador ilegítimo é reconhecido judicialmente. Desta forma, a ordem judicial é de fechar esses centros comunitários em profundo respeito à Lei.
Um político se dizer religioso não o afasta de termos que avaliar sua ficha corrida sob pena de se tratar de verdadeiro salvo conduto a atos ilícitos praticados antes de ser lançar como candidato.
Nosso país não possui uma religião oficial. No entanto, a fé em Deus não deve, de forma alguma, ser negociada. O eleitor deve ter o discernimento necessário para diagnosticarem, de imediato, quando isso ocorre.
Na Bíblia (MT, 25,31), constatamos a preocupação de Cristo com a inserção social por meio da política. Ao contrário do que se previu, essa passagem bíblica vem sendo utilizada de forma errada, com o fim de se fortalecer as amarras da dependência psicológica do eleitor e evitar a obtenção de sua liberdade enquanto cidadão.
Por fim, caro eleitor, tenha em mente que Religião é o meio de o homem se ligar a Deus e não de o candidato se ligar ao povo.
Um comentário:
Campanha pelo Ficha Limpa
http://www.avaaz.org/po/petition/MOVIMENTO_CAMPOS_FICHA_LIMPA_NOSSO_VOTO_MERECE_SER_VALIDO/
Por que isto é importante?
Campos dos Goytacazes vem sofrendo com a instabilidade político-institucional dos últimos vinte anos, fruto da gestão temerária da coisa pública e de deploráveis práticas eleitoreiras de seus governantes.
Nos últimos oito anos (2004/2012), sete políticos diferentes assumiram a chefia do Poder Executivo, em razão de pendências jurídicas, que ocasionaram cassações de mandato e até mesmo prisões de secretários municipais. Essa insustentável situação gera prejuízos de toda ordem, afetando a economia da cidade e o bem-estar da sua população.
Nos últimos quatro anos a atual prefeita foi cassada duas vezes e chegou a desafiar uma decisão judicial ao acampar na sede da Prefeitura.
Nas eleições municipais deste ano, novamente a cidade sofre com a mesmíssima situação. Dois, dentre os cinco candidatos a prefeito, tiveram os seus registros indeferidos pela Justiça Eleitoral, com fundamento na denominada “Lei da Ficha Limpa”, mantendo-se na disputa em função de recursos interpostos. Da mesma forma, inúmeros candidatos a vereador permanecem sem registro.
Campos dos Goytacazes não suporta mais tanta instabilidade. Precisamos resgatar a autoestima do nosso povo. Basta de engodo. Nosso voto merece e tem que ser válido!
É hora de por fim aos políticos "FICHA SUJA" da nossa cidade!
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