Jornal Terceira Via
"Não aceitemos os papéis que a sociedade nos impõe. Recrie-se e transforme a fraqueza em PODER"
Começou Terça, 20 de agosto, o horário eleitoral gratuito. Por meio dele, os candidatos a prefeito e a vereador passam a utilizar as emissoras de rádio e televisão para obter o maior número possível de votos. A contraprestação para os meios de comunicação é uma compensação tributária de aproximadamente seiscentos milhões de reais - custeada, logicamente, pelos cofres públicos.
Não restam dúvidas de que a exposição televisiva abre um leque respeitável para o candidato. A imagem do pretendente atrai, apaixona, e, às vezes, convence o eleitor de que determinado candidato é, de fato, a alternativa certa. Na rádio, o candidato trabalha com o imaginário do eleitor como se fossem verdadeiros atores das novelas das décadas de cinquenta e sessenta, das Rádio Tupi e Globo.
A meu ver, a grande problemática desse Sistema é quando os candidatos, por meio de seus partidos, não utilizam o horário gratuito de forma instrutiva. As imagens oriundas das telas e o som vindo das ondas do rádio levam para milhares de lares um discurso batido, combinado, com emoção ensaiada e, em alguns casos, um discurso agressivo e denunciador.
Quanto aos postulantes ao Executivo, as mensagens deixadas são de continuidade (quando o candidato é da situação) e de terra arrasada (quando o postulante é oposicionista). Não há um esclarecimento desvinculado de modo que o eleitor preveja a concretização das propostas e projetos e como serão beneficiados.
Os candidatos a prefeito, em sua maioria, apresentam projetos surreais e inviáveis de serem postos em prática e que não beneficiam o cidadão de forma imediata. A grande parte dos projetos está prevista para terminar após o fim do mandato e a probabilidade de benefício à população é remota.
Em suas apresentações, os postulantes limitam-se à utilização, de forma superficial, do tripé (educação, saúde e transporte) para conquistarem a sensibilidade do eleitor. O toque é tão raso que chega a subestimar a nossa inteligência e discernimento.
Quanto aos postulantes à Câmara de Vereadores, a situação piora. A maioria sequer sabe quais as atribuições do referido cargo. São homens e mulheres que, na verdade, foram inseridos no processo eleitoral com o intuito apenas de engrossarem a nominata de apoio do candidato a Prefeito. Por total falta de estrutura e de preparo, muitos candidatos a vereador saem do pleito combalidos economicamente, sem uma votação expressiva e ignorados pela sigla que os convidou para a enfadonha empreitada.
Atualmente, os debates que integram o processo eleitoral são evasivos e sem conteúdo direcionado. Tal constatação se deve, também, à notória falta de interesse dos eleitores. O descrédito de grande parcela da população brasileira com a temática política criou uma zona de conforto onde os oportunistas de plantão usam a miséria e a ignorância como molas propulsoras para o voto fácil.
Não se trata de um mundo hipotético de apenas candidatos instruídos e de eleitores graduados. Isso não garante uma eleição compromissada. Trata-se de uma situação que clama por medidas emergenciais de combate ao escasso discernimento do eleitor do que lhe é realmente favorável, mas que provavelmente não será executado. É preciso ‘varrer’ do mapa o debate pífio e ilusório.
O cidadão brasileiro necessita, principalmente o das camadas mais desfavorecidas, desatrelar o seu voto às benesses recebidas e às propostas inviáveis. Isso não quer dizer que não devemos reconhecer as ações oficiais criadas por diversos governos. Contudo, estar ciente de que a manutenção dessas ações está vinculada ao apoio conferido a determinado candidato é entregar o jogo de vez.
A fome dá voto. A carência também dá e abre um leque de oportunidades para a negociação amigável. Lembrem-se: onde há escassez dos direitos básicos, o voto inconsciente é abundante. Uma relação desproporcional e inaceitável!
O estado latente de terror ao qual grande parcela da população é submetida facilita a proliferação de candidatos, que enxergam na falta de estrutura do eleitorado, a luz para a sua eleição.
O sagrado direito de votar não deve ser um despretensioso ato de ir às urnas sob pena de apagarmos o sonho de elegermos aquele tão almejado Governo ou a Casa de Leis em conformidade com nossos ideais.
Caro eleitor, deixo um apelo, pois também sou eleitor: não aceitemos os papéis que a sociedade nos impõe. Recrie-se e transforme a fraqueza em PODER.
Não deixemos a cobrança para após a eleição. Cobremos agora antes que seja tarde demais e que caia tudo no tão esperado esquecimento.
O horário eleitoral é gratuito, MAS O VOTO PODE NOS CUSTAR MUITO CARO!
Não restam dúvidas de que a exposição televisiva abre um leque respeitável para o candidato. A imagem do pretendente atrai, apaixona, e, às vezes, convence o eleitor de que determinado candidato é, de fato, a alternativa certa. Na rádio, o candidato trabalha com o imaginário do eleitor como se fossem verdadeiros atores das novelas das décadas de cinquenta e sessenta, das Rádio Tupi e Globo.
A meu ver, a grande problemática desse Sistema é quando os candidatos, por meio de seus partidos, não utilizam o horário gratuito de forma instrutiva. As imagens oriundas das telas e o som vindo das ondas do rádio levam para milhares de lares um discurso batido, combinado, com emoção ensaiada e, em alguns casos, um discurso agressivo e denunciador.
Quanto aos postulantes ao Executivo, as mensagens deixadas são de continuidade (quando o candidato é da situação) e de terra arrasada (quando o postulante é oposicionista). Não há um esclarecimento desvinculado de modo que o eleitor preveja a concretização das propostas e projetos e como serão beneficiados.
Os candidatos a prefeito, em sua maioria, apresentam projetos surreais e inviáveis de serem postos em prática e que não beneficiam o cidadão de forma imediata. A grande parte dos projetos está prevista para terminar após o fim do mandato e a probabilidade de benefício à população é remota.
Em suas apresentações, os postulantes limitam-se à utilização, de forma superficial, do tripé (educação, saúde e transporte) para conquistarem a sensibilidade do eleitor. O toque é tão raso que chega a subestimar a nossa inteligência e discernimento.
Quanto aos postulantes à Câmara de Vereadores, a situação piora. A maioria sequer sabe quais as atribuições do referido cargo. São homens e mulheres que, na verdade, foram inseridos no processo eleitoral com o intuito apenas de engrossarem a nominata de apoio do candidato a Prefeito. Por total falta de estrutura e de preparo, muitos candidatos a vereador saem do pleito combalidos economicamente, sem uma votação expressiva e ignorados pela sigla que os convidou para a enfadonha empreitada.
Atualmente, os debates que integram o processo eleitoral são evasivos e sem conteúdo direcionado. Tal constatação se deve, também, à notória falta de interesse dos eleitores. O descrédito de grande parcela da população brasileira com a temática política criou uma zona de conforto onde os oportunistas de plantão usam a miséria e a ignorância como molas propulsoras para o voto fácil.
Não se trata de um mundo hipotético de apenas candidatos instruídos e de eleitores graduados. Isso não garante uma eleição compromissada. Trata-se de uma situação que clama por medidas emergenciais de combate ao escasso discernimento do eleitor do que lhe é realmente favorável, mas que provavelmente não será executado. É preciso ‘varrer’ do mapa o debate pífio e ilusório.
O cidadão brasileiro necessita, principalmente o das camadas mais desfavorecidas, desatrelar o seu voto às benesses recebidas e às propostas inviáveis. Isso não quer dizer que não devemos reconhecer as ações oficiais criadas por diversos governos. Contudo, estar ciente de que a manutenção dessas ações está vinculada ao apoio conferido a determinado candidato é entregar o jogo de vez.
A fome dá voto. A carência também dá e abre um leque de oportunidades para a negociação amigável. Lembrem-se: onde há escassez dos direitos básicos, o voto inconsciente é abundante. Uma relação desproporcional e inaceitável!
O estado latente de terror ao qual grande parcela da população é submetida facilita a proliferação de candidatos, que enxergam na falta de estrutura do eleitorado, a luz para a sua eleição.
O sagrado direito de votar não deve ser um despretensioso ato de ir às urnas sob pena de apagarmos o sonho de elegermos aquele tão almejado Governo ou a Casa de Leis em conformidade com nossos ideais.
Caro eleitor, deixo um apelo, pois também sou eleitor: não aceitemos os papéis que a sociedade nos impõe. Recrie-se e transforme a fraqueza em PODER.
Não deixemos a cobrança para após a eleição. Cobremos agora antes que seja tarde demais e que caia tudo no tão esperado esquecimento.
O horário eleitoral é gratuito, MAS O VOTO PODE NOS CUSTAR MUITO CARO!
Cláudio Andrade
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