Foliões ou não, todos tiveram ciência das tristes cenas pós-carnaval, repletas de lixo nas ruas da cidade maravilhosa. A mídia pôde noticiar que centenas de pessoas dirigiam-se ao trabalho ou curtiam os últimos dias de lazer em meio a toneladas de lixo.
Ao tomar conhecimento da falta de aproximadamente trezentos garis, o prefeito da cidade do Rio de Janeiro noticiou a demissão de todos os grevistas; greve que já havia sido considerada ilegal pela Justiça carioca.
Porém, o mais inusitado ainda estava por vir. Ontem, no jornal “O Globo”, páginas doze, treze e quatorze de sua versão impressa e depois também disponível online, leu-se matéria sobre os quatro líderes dos grevistas.
Segundo o referido periódico carioca, esses grevistas - filiados ao PR (Partido da República) - cujo líder político estadual é o ex-governador e pré-candidato a chefe do Executivo Estadual, Anthony Garotinho, são: Domingos Lopes Fernandes, Célio Viana, Alexandre Pais da Silva e João Carlos Bonfim Rosa.
Todos os nomes acima mencionados constam no cadastro de filiados do partido, disponível na página do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Os dados apresentados na matéria são preocupantes uma vez que estamos falando de uma greve prejudicial à imagem da cidade do Rio de Janeiro, em um momento em que a mídia internacional está com os “olhos virados” para o nosso país.
A vinculação feita pelo Jornal “O Globo” dos grevistas ao deputado federal Garotinho torna a situação ainda mais delicada.
Isso porque é público e notório que o referido deputado federal e também ex-prefeito de Campos dos Goytacazes é um ferrenho opositor da dupla Eduardo Paes e Cabral. Logo, um desgaste administrativo - dessa monta e em uma fase crucial - seria bem-vindo para sua possível candidatura.
Por outro lado, é difícil acreditar (e eu não acredito) que o parlamentar Garotinho, por interesse político eleitoral, possa estar por detrás dessa greve. Afinal, sendo um postulante ao maior cargo da esfera do Executivo do Estado, é seu dever zelar pela paz social e pela ordem administrativa, independentemente de quem esteja atualmente no aludido cargo.
Um dos líderes da greve - Célio Viana - foi candidato a vereador, nas últimas eleições municipais, e na cédula, ao seu nome foi anexado o apelido Gari, sendo conhecido, então, como “Célio Gari”. Isso demonstra claramente suas implicações eleitorais.
Certo que todas as vezes em que há greves ou outros movimentos que, por via direta ou indireta, desgastam a imagem da cidade do Rio e de seus governantes, logo após o nome “Garotinho” vem associado. Prefiro crer tratar-se apenas de uma triste coincidência. Mas, com certeza, nos causa muita estranheza.
Nesse momento de indagações, cabe ao deputado federal Garotinho manifestar-se para que o seu nome não seja maculado. Como político, cabe a ele o ônus da prova, pois um homem público, quando acusado pela mídia de forma direta ou não, de ser mentor de movimentos oportunistas deve agir de forma contundente e esclarecedora.
Não vale o velho jargão em que o que não possui resposta é desacreditado. Mais uma lenda urbana ou uma famosa perseguição política em que ele, o “Garotinho”, é o Rei Davi, perseguido pelos Golias, representado pelos gigantes da mídia?
Veremos em breve.
Cláudio Andrade
Um comentário:
Esse garotinho, seria o grande "fariseu", da atualidade. Se apresentaria como o político do bem; Mas, na prática,com raríssimas exceções, quase sempre, se revela o contrário.
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