O Jornal “O Globo” trouxe à tona uma matéria sobre a chamada "Alegria do Mal". Segundo aquele periódico, trata-se de um fenômeno consistente na satisfação com o infortúnio alheio. Para ilustração do tema, o pesquisador americano Richard H. Smith explicou que tal emoção pode ser perversa.
No final do ano de 2013, ocorreram dois casos que servem como exemplos dessa temática. A fratura da perna do campeão de MMA, Anderson Silva e o trágico acidente que, até o presente momento, deixa o piloto alemão Michael Schumacher entre a vida e a morte.
Nas redes sociais, foi possível vislumbrar mensagens de carinho e consternação pela situação dos dois atletas em que pese a diferença abismal entre as consequências dos dois acidentes, o que não deve vir à discussão no momento.
Para espanto, pode-se ler, também, comentários de quem se encontra em êxtase com essas duas tristes notícias.
Em relação ao Anderson Silva, muitos lamentaram o fato de ele não ter tido a perna amputada e outros, por ele não ter falecido em virtude do acontecido.
No que tange ao acidente com o maior campeão de Fórmula 1, não está sendo muito diferente. Alguns externam, nas redes sociais, o desejo de que ele não “escape” dessa.
Segundo a tese da “Alegria do Mal”, quando o homem se depara com outro mais amado ou mais apreciado, seu instinto é o de rebaixá-lo e de lhe querer o mal.
Caso esse desejo seja realizado por alguma fatalidade, está diagnosticado o infeliz fenômeno da “Alegria do Mal”, basicamente resumido na felicidade com o fim de quem está supostamente acima de outrem. A morte seria a solução, ou seja: o golpe final.
Ainda se inclui nessa tese o sentimento de satisfação com os infortúnios dos quais as celebridades são acometidas em suas carreiras ou na vida pessoal.
Isso tudo nos traz grande reflexão e preocupação. Será que a evolução profissional (ou de outra ordem) de alguém pode causar sentimentos tão nefastos naquele mero espectador?
Para o pesquisador, autor da tese da "Alegria do Mal", o prazer na desgraça alheia traz alegria e gera uma inevitável comparação social.
Abismado com essa tese, convenço-me de que o ser humano é capaz de sentimentos inimagináveis, inclusive o de festejar o fim trágico e melancólico daqueles que ele jamais conseguiu se igualar nos campos da fama, dos holofotes e do dinheiro.
Mas o homem se esquece de que precedem a esses campos muito trabalho e muita renúncia! Torço pela recuperação dos dois atletas, o que, desde já, manifesto.
Cláudio Andrade.
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