O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira (9), por maioria (6 votos a 1), transformar o líder do PR na Câmara, deputado Anthony Garotinho (RJ), em réu em ação penal pelos crimes de calúnia e difamação.
Garotinho foi acusado por Hiroshi Matsuayama, sócio de uma empresa de informática, após um post no blog do parlamentar. O deputado afirmou que a empresa de Matsuayama estava envolvida em um suposto esquema de fraude em licitações na Companhia Estadual e Água e Esgoto (Cedae).
Na véspera, o deputado havia afirmado que uma emenda à MP dos Portos assinada pelo PMDB serviria a “interesses econômicos" e que a medida foi transformada em "MP dos Porcos". Isso causou reação da bancada do PR, que tenta tirá-lo da liderança.
Na tribuna do STF, o advogado Nélio Machado, que defende o parlamentar, afirmou que a intenção no caso julgado pelo Supremo foi apenas de denunciar o suposto esquema. "O deputado é conhecido por sua postura de homem público que milita em um partido, que fiscaliza naturamente a atuação daqueles que agem, ou deveriam agir, em favor do povo. [...] Aqui não há calúnia."
No blog, Garotinho apontou suspeitas contra o presidente da Cedae, Wagner Victer, e citou que a empresa de Matsuayama, a GMF, era suspeita de fraudes no Mato Grosso. "Como é que uma empresa com tantos problemas legais passa a ter acesso a todos os dados cadastrais dos consumidores e implanta um sistema operacional, sem que a licitação tenha apontado a empresa vencedora? Ou Victer já sabe que a empresa vai ganhar? Alô, Ministério Público, essa história está cheirando muito mal", disse Garotinho em post de junho de 2010.
O único a discordar foi o presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa. Para ele, não houve intenção de se ferir a honra. "O texto [no blog de Garotinho] possui manifesta intenção de censurar um esquema envolvendo uma estatal e uma empresa gerenciada pelo querelado [acusador], fato este que, embora rude ou áspero, demonstra o ânimo de narrar e criticar, insuficiente para um crime contra a honra."
Fonte: G1.
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