A política não é algo que devemos macular, pois quando é bem realizada traz muitos frutos para a população.
Todavia, há momentos em que deitamos e levantamos na vida, e na arte de fazer política, isso também ocorre.
Nesse contexto, o que está em jogo é o motivo da queda, as sequelas delas e se há chance de se levantar.
O homem público que se compromete com uma sociedade cheia de contradições, injustiças e de anseios diversos sabe muito bem que as suas condutas devem, obrigatoriamente, serem coletivas.
Contudo, os homens não são iguais e nem sempre o que se prega ao ar livre é o desejo escondido em quatro paredes.
Na verdade, quando as cortinas baixam sem programação e alguns são pegos desnudados, percebe-se o quão frágeis são aqueles que nunca se prepararam para uma queda.
Todos os dias, graças de Deus, deitamos e levantamos. Esses dois verbos têm significados diferentes na política, pois deitar e levantar, nesse ponto, pode significar renascimento ou morte anunciada.
Quando algumas derrotas políticas são acompanhadas de impactantes momentos pessoais há uma tendência da plateia em realizar a romaria da solidariedade e isso é perfeitamente normal, afinal temos medo de sermos vítimas e isso às vezes, supera o nosso desejo por vitória (que não é sinônimo de vingança).
Voltando às cortinas que descem sem programação, deixando o ator desnudado, podemos dizer que não há coisa pior. O ator é fantasioso, cria atos e personagens que não podem ser descobertos.
Sua fala, seu sotaque, suas frases de efeito e a sua forma de inebriar cidadãos é parte de um dote personalista e intransferível que o ator perde se for pego sem fantasia.
Alguns políticos são assim. Quando surpreendidos sem as cores ilusionistas perdem o brilho e se transformam em um verdadeiro Sansão sem madeixas.
O tempo vai passar, os palcos serão outros e acreditem: as peças de teatro serão apresentadas em outros locais. Agora, talvez, não mais para grandes públicos e sim para plateias seletas em arenas medianas, diante do olhar atônito de seguidores dogmáticos.
Assim é a vida e da mesma forma é a política. Olhar para trás talvez seja a melhor forma de saber o quanto fizemos de concreto pelos mais necessitados.
Caso tudo que tenha sido realizado pelo político for apenas uma peça de teatro, que estejamos ao lado da plateia.
Cláudio Andrade
Nenhum comentário:
Postar um comentário